A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (12/9), a Operação Teatro Invisível, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada para a propagação de informações e notícias falsas sobre candidatos em campanhas eleitorais para o cargo de prefeito em mais de 10 municípios do Rio de Janeiro. Os nomes dos políticos investigados não foram divulgados.
As investigações revelaram que a organização criminosa, por meio de seus líderes – que já chegaram a ocupar funções públicas em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro -, desenvolveu um sofisticado e lucrativo esquema baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de diversos municípios.
Tais contratados, após receberem as instruções dos coordenadores acerca da propagação de notícias falsas sobre um determinado candidato à Prefeitura, passavam a circular diariamente pelo município alvo, se infiltrando em locais com aglomerações de pessoas (como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados) e difundiam aos eleitores falsas afirmações sobre um determinado postulante ao cargo de prefeito. O objetivo era beneficiar o candidato para o qual o serviço criminoso fora contratado.
Apurou-se que os atores contratados, propagadores das informações falsas, recebiam R$ 2 mil por mês para exercer tal função, e que os coordenadores da empreitada criminosa recebiam dos líderes da organização a quantia mensal de R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria Prefeitura Municipal.
A “campanha” de propaganda criminosa possuía um processo de aferição de resultado incluído no seu planejamento, através da elaboração de relatórios diários das atividades, com a especificação da quantidade de eleitores abordados por dia, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema criminoso.