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Brasileira denuncia assalto e tentativa de estupro após ter apartamento alugado por Airbnb invadido na França

Marcela Carvalho ficou hospedada na capital francesa com outras duas amigas. Ela denunciou que teve o apartamento invadido por sete homens armados no último dia de viagem.

Josyvânia Monteiro
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: G1
05/12/2024 às 15h12
Brasileira denuncia assalto e tentativa de estupro após ter apartamento alugado por Airbnb invadido na França
Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

A maquiadora brasileira Marcela Vinhal de Carvalho, de 25 anos, denunciou ter sido vítima de assalto e tentativa de estupro durante uma viagem que fez a Paris, na França. Segundo a vítima, sete homens armados invadiram um apartamento alugado pelo Airbnb, roubaram pertences, euros e tentaram tirar as roupas das vítimas.

Marcela, que é natural da cidade de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ficou hospedada na capital francesa com outras duas amigas.

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Na noite de 16 de novembro, último dia da viagem, ela estava acompanhada apenas de uma delas. As jovens ouviram batidas na porta e acharam que era a terceira amiga pedindo para entrar na casa, no entanto, foram surpreendidas por sete homens invadindo o apartamento.

"Isso aconteceu por volta de 20h, e uma das nossas amigas que tinha saído estava para chegar. Eles entraram gritando muito, nos bateram com tapas, murros e cotoveladas. Eles tentaram atirar em mim, pois eu estava em pânico e gritando muito. Bateram com a arma na cabeça da minha amiga quando ela tentou me acalmar. Eles ainda tentaram arrancar nossas calças e blusas", contou Marcela.

Segundo ela, pouco depois a terceira amiga retornou ao apartamento e interfonou por diversas vezes. Neste momento, os suspeitos se assustaram e decidiram deixar o local às pressas. Enquanto desciam as escadas, a amiga da maquiadora viu que eles levavam celulares e bolsas das colegas.

Na ação, o grupo criminoso roubou quatro celulares, um deles era um aparelho que Marcela usava no trabalho de maquiadora e influenciadora digital. Também foram levados 900 euros – aproximadamente R$ 6 mil –, cartões de crédito e outros itens.

As vítimas saíram da casa e foram até a estação de metrô mais próxima para pedir ajuda. Uma mulher viu a situação do trio e acionou a polícia. As jovens foram levadas para a delegacia por volta de 21h, e lá ficaram até às 8h da manhã do dia seguinte. Agentes da polícia francesa também foram até o apartamento para coletar informações sobre os envolvidos no crime.

Ainda de acordo com a brasileira, além do medo no momento da invasão, as vítimas foram interrogadas como se fossem suspeitas.

Os policiais ainda teriam sugerido que as jovens eram prostitutas após ver medicamentos ginecológicos e preservativos nas malas das vítimas, conforme informou a maquiadora

"Foi bizarro. A gente pensou que eles [policiais] eram super preparados. Eles andaram pela casa, coletaram digitais... mas tinham algumas peças íntimas em algumas das malas e os policiais falaram que era cor de calcinha de prostituta. A gente não conseguia entender o idioma, mas uma das minhas amigas compreendia o que eles falavam. A gente foi interrogada como se fôssemos as suspeitas", disse Marcela.

Elas foram liberadas do depoimento e retornaram ao apartamento. Horas depois, a polícia foi até lá convocando as vítimas para exames de corpo de delito.

Quando chegaram do hospital, o proprietário do apartamento alugado no Airbnb expulsou as jovens e cancelou a reserva, alegando que a decisão foi tomada por motivos de "segurança".

Marcela disse, também, que procurou o Consulado-Geral do Brasil em Paris mas disse não ter sido bem atendida por nenhum representante.

Desesperada, ela chegou a se ajoelhar e pedir ao segurança que a deixasse ficar no local até que alguém prestasse assistência, já que estava sem celular, dinheiro e formas de fazer contato com seus familiares no Brasil. "Quando isso aconteceu, eles [do Consulado] ameaçaram chamar a polícia para mim", afirmou.

Depois de tentar auxílio brasileiro na França, Marcela decidiu voltar para o Brasil. A equipe do Consulado emprestou um telefone para que ela conseguisse falar com a família. Outros brasileiros que viram as jovens buscar por ajuda também se solidarizaram e a auxiliaram a contatar a família.

A mineira chegou ao Brasil no último domingo (1º), e retomou suas atividades no estúdio de maquiagem que administra.

"Me sinto segura aqui, mas os traumas não passam nunca. Meu estúdio fica no 2º andar de uma loja, e sempre penso que alguém vai aparecer. Tenho crises de pânico. É um sentimento de impotência, sabe?", contou.