22°C 30°C
Santa Quitéria, CE
Publicidade

Vigilantes são denunciados por agressão e injúria racial no Ceará

Homem foi atacado com socos, tapas, puxões de cabelo, palavras de baixo calão e ameaças de corte de cabelo com uma faca

Raflézia Sousa
Por: Raflézia Sousa Fonte: O POVO
17/01/2025 às 15h55 Atualizada em 17/01/2025 às 15h58
Vigilantes são denunciados por agressão e injúria racial no Ceará
Aurélio Alves

Paulo Luiz da Silva e Emerson Leandro Leite, 30 e 28 anos de idade, respectivamente, vigilantes da empresa Cariri Monitoramento, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) por agressão física, moral, injúria racial e ameaça contra um homem negro em Juazeiro do Norte (CE), a 280 km de distância de Fortaleza. O crime ocorreu em 30 de setembro de 2024 no bairro Socorro, mas a denúncia foi feita nesta quarta-feira, 15.


Segundo a denúncia, os vigilantes ameaçaram a vítima com uma faca, obrigaram-na a ficar de joelhos e iniciaram uma sequência de agressões físicas e verbais. Logo em seguida, o rapaz foi coagido a não frequentar mais a praça onde ocorreu o crime. Conforme o processo, os vigilantes estavam acompanhados de mais duas pessoas não identificadas.

Continua após a publicidade
Anúncio

O MPCE anexou ao inquérito um vídeo do momento da agressão e o indivíduo relatou que era já era a segunda abordagem com agressões feitas pelos vigilantes. De acordo com os autos, os seguranças confessaram os fatos, mas não se lembram da motivação.


Por isso, o órgão concluiu que a conduta configura crime de injúria qualificada, baseado em aparência física da vítima para a violência, por ter cabelo ao estilo dreadlock e pele preta. O rapaz estava na companhia, inicialmente, de cinco amigos que foram liberados pelos vigilantes.


Desta forma, o Ministério Público requer reparação pelos danos materiais e morais causados, além do pagamento de indenização de, no mínimo, 20 salários-mínimos. Os vigilantes estão proibidos de frequentar a praça do ocorrido e manter contato com a vítima. Além disso, precisam recolher-se à noite e nas folgas, sob pena de prisão preventiva em caso de descumprimento das medidas cautelares.