A fase de audiências públicas sobre o Projeto Santa Quitéria foi concluída com o último evento realizado ontem (13) em Lagoa do Mato/Itatira, que teve duração de quase nove horas. Durante os encontros, a ausência do Governo do Estado, especificamente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), foi apontada pelos participantes. O único órgão da estrutura estadual presente foi a Secretaria de Saúde com um corpo de técnicos, porém apenas assistiram como ouvintes.

A Cogerh é responsável pelo gerenciamento do açude Edson Queiroz, cuja utilização das águas para o empreendimento tem sido um dos principais pontos de debate. Segundo os participantes, a presença do órgão seria essencial para esclarecer detalhes sobre o uso dos recursos hídricos, possíveis riscos de contaminação, a adutora e outros aspectos técnicos, que não teriam sido abordados de forma detalhada nas apresentações realizadas em Santa Quitéria e Lagoa do Mato.

Especialistas e moradores levantaram questionamentos sobre essa viabilidade, tema que já foi motivo de rejeição de um dos licenciamentos pleiteados junto ao Ibama.

No EIA/RIMA, consta que serão utilizados 855 m³/hora na fase de operação. A adutora, que será construída pelo Governo do Estado, terá extensão de 64 km e capacidade para fornecer 1.036 m³/hora de água, abastecendo também o distrito de Riacho das Pedras e os assentamentos Morrinhos e Queimadas.

Uma pesquisa realizada pelo A Voz de Santa Quitéria em 2022 indicou que 85,54% da população quiteriense é contrária ao uso das águas do Serrote para Itataia.