O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), decidiu nesta quinta-feira (15) afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em sua decisão, o magistrado nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor da entidade e determinou que ele convoque novas eleições “o mais rápido possível”.
A decisão judicial anula o acordo que havia encerrado uma disputa judicial envolvendo o processo eleitoral da entidade. Segundo o magistrado, há suspeitas de falsificação da assinatura do ex-presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, e também indícios de sua incapacidade mental à época da assinatura. “Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima”, escreveu o desembargador.
O acordo contestado permitiu que Ednaldo fosse reeleito por aclamação em março deste ano, após ação judicial movida por dirigentes questionando a validade da eleição. A legitimidade do documento passou a ser questionada pela deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e pelo próprio Fernando Sarney, agora interventor, com base em um laudo pericial que aponta que a assinatura de Coronel Nunes não é autêntica.
A disputa chegou ao STF, onde o ministro Gilmar Mendes decidiu, no início de maio, não afastar Ednaldo imediatamente, mas devolveu o caso ao TJ-RJ para “apuração urgente”. Após tentativa frustrada de ouvir Coronel Nunes, o desembargador Zéfiro decidiu pela nova destituição de Ednaldo — a segunda, já que ele havia sido afastado em dezembro de 2023, antes de ser reconduzido ao cargo por decisão do próprio Gilmar Mendes.