A enfermeira Nara Priscila Carneiro foi condenada a 28 anos de prisão por matar com uma injeção letal outro enfermeiro, com quem tinha um relacionamento extraconjugal. Ela foi sentenciada nesta quinta-feira (29), pelo Conselho de Sentença da 2ª Vara do Júri de Fortaleza. O crime aconteceu em 2017.
Nara teria matado o amante após engravidar dele, por não querer que ele assumisse a paternidade da criança. Ambos trabalhavam no mesmo hospital. Em abril de 2024, a Justiça determinou que ela iria a júri popular.
O crime aconteceu em julho de 2017, em um hospital particular no Centro de Fortaleza. Ramam Cavalcante Dantas foi morto com uma injeção letal. Ele desejava assumir a paternidade da criança, mas Nara não queria. Ela tinha receio que o relacionamento extraconjugal acabasse com o casamento dela.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Nara era casada há 11 anos e mantinha relacionamento extraconjugal com Ramam havia um ano e nove meses. Ela estava grávida, à época do crime.
Ainda segundo os autos, por volta das 16h30 do dia 10 de julho de 2017, Nara, que era enfermeira e supervisionava a sala de Unidade de Cuidados Especiais (UCE), em um momento de inatividade do setor, envenenou Ramam Cavalcante, que era supervisor de atendimento no hospital infantil.
Inicialmente, houve a suspeita de que Ramam tivesse cometido suicídio, porém, no decorrer das investigações, a polícia descobriu indícios da participação da acusada.
Em depoimentos colhidos na fase investigatória, testemunhas relataram à polícia que a sala onde Ramam foi encontrado ficava trancada e a chave ficava gaveta de Nara, que era chefe do setor da emergência. Além disso, somente ela tinha acesso aos medicamentos usados na morte da vítima.
A análise das filmagens do corredor do hospital comprovou que, apesar da acusada e a vítima entrarem na mesma sala, somente a mulher saiu.
Além disso, o perfil traçado pela perícia de Análise de DNA realizada no recipiente de cloreto de potássio injetado na vítima, se identificou um perfil genético majoritariamente do sexo feminino.
"Diante dos depoimentos colhidos em juízo, conclui-se pela existência de indícios de autoria que convergem na direção da Denunciada", diz um trecho da denúncia do Ministério Público.