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Deus permite as tribulações, não como um castigo para punir, mas para nos corrigir

Confira a coluna do padre Reginaldo Manzotti

Redação AVSQ
Por: Redação AVSQ
02/07/2025 às 23h32
Deus permite as tribulações, não como um castigo para punir, mas para nos corrigir
Foto: Felipe Gusso

Filhos e filhas,

Iniciamos o mês de julho! Um mês muito especial para a Obra Evangelizar É Preciso, pois no dia 16, comemoramos a Madrinha da Obra, Nossa Senhora do Carmo, mas sobre Ela falarei posteriormente. Hoje, quero refletir com vocês sobre as nossas ações no mundo.

Jesus nos pede que caminhemos de forma transparente, que nossas ações não deponham contra nós, que a nossa forma de agir seja de acordo com a luz. Sempre insisto em falar da misericórdia, que vem das cinco chagas de Jesus, mas não podemos esquecer que essa primeira consciência nos é importante hoje, porque estamos mergulhados no mundo. Estamos sob uma lei, sob uma constituição. Estamos sob o peso de uma justiça humana, mas nós não somos deste mundo. A nossa pátria final é junto de Deus, então nossa alma anseia por esta volta a Deus.

Estamos no mundo, mas não somos do mundo, por isso Jesus intercede ao Pai: “Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno” (Jo 17,15). Veja o que diz Nosso Senhor: “Pai proteja meus discípulos, proteja o meu rebanho do Maligno. Proteja de tudo aquilo que é força do mal e para que eles recebam esta graça diz ao final ‘eu me ofereço em favor deles’” (cf. Jo 17,12-19).

Gente, que coisa linda! Que gesto de amor! “Eu me ofereço Pai, eu me consagro por eles. Guarde-os do Maligno”. Por que estou citando isto? Porque o mal existe e não podemos subestimá-lo. Porque a tentação não vem de Deus, como disse São Tiago: “Quando tentado, que ninguém diga: “Deus está me tentando”. Porque Deus não é tentado a fazer o mal nem tenta a ninguém”. (Tg 1,13).

Deus permite as tribulações, não como um castigo para punir, para nos fazer sofrer, mas para nos corrigir. Como um Pai que nos ama e nos aceita como filhos, Deus nos corrige (cf. Hb 12,6-8).

Muitos quando passam por tribulações acabam desistindo de tudo ou veem na tribulação uma ausência de Deus, e não é verdade. A tribulação, principalmente, é sinal de que estamos no caminho. As provações nos tiram do mundo e, de alguma forma, nos elevam para Deus, porque nas provações produzimos frutos de uma fé transformada, amadurecida, purificada. Produzimos frutos de esperança e perseverança. Aprendemos a esperar em Deus, não cruzar os braços e esperar que Deus faça tudo, mas um esperar ativo, uma presença ativa em Deus. A provação aumenta nossa confiança em Deus e o quanto somos necessitados do Seu amor. Deus nos dá forças para lutar e nos livra do mal.

Como escreve Joseph Ratzinger, Papa Emérito Bento XVI, em seu livro Jesus de Nazaré: “A este respeito diz São Cipriano: “Quando dizemos “livrai-nos do mal”, então nada mais resta para pedir. Quando nós alcançamos a proteção pedida contra o mal, então estamos seguros e protegidos contra tudo o que o demônio e o mundo possam realizar. Que medo poderia vir do mundo para aqueles cujo protetor no mundo é Deus”? Essa certeza deu suporte aos mártires e permitiu-lhes estarem alegres e confiantes num mundo cheio de ameaças e eles mesmos “salvos” no mais profundo de si, libertados para a verdadeira liberdade”.

Quando nos colocamos na presença de Deus, vencemos e mantemos viva a esperança de um dia saciar Nele a nossa alma, definitivamente!

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti