O Sistema Único de Saúde (SUS) desembolsou, em 2024, R$ 449 milhões com internações de vítimas de acidentes de trânsito em todo o Brasil. Os dados, revelados em levantamento inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em registros do Datasus, e cedido ao portal g1, expõem o impacto financeiro severo desses acidentes para os cofres públicos.
O montante inclui desde os atendimentos de emergência nas unidades hospitalares até a reabilitação prolongada, além da aquisição de órteses e próteses para pacientes com sequelas graves.
A cifra impressiona não apenas pelo valor absoluto, mas pelas comparações que ela permite. Com os R$ 449 milhões gastos, seria possível comprar cerca de 1.320 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) — o equivalente a aproximadamente 50 veículos por estado brasileiro.
Para efeito de comparação, o Novo PAC Saúde prevê a entrega de apenas 350 ambulâncias, destinadas a atender 5,8 milhões de brasileiros, o que evidencia o peso orçamentário das ocorrências no trânsito.
Os números reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção de acidentes, à educação no trânsito e ao fortalecimento da fiscalização. Além do impacto econômico, há a dimensão humana: vidas interrompidas, famílias enlutadas e cidadãos com sequelas permanentes. O investimento na prevenção e na segurança viária pode representar não apenas economia aos cofres públicos, mas também salvar milhares de vidas todos os anos.