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PM é suspeito de matar próprio tio dentro de táxi e de participar de golpe de aluguel de carros no CE

CGD instaurou conselho disciplinar contra o agente Kaio Willian Rosa Costa para apurar crime de homicídio, enquanto o MPCE denunciou o policial por estelionato e organização criminosa

Josyvânia Monteiro
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: O Povo
14/08/2025 às 16h04 Atualizada em 14/08/2025 às 16h04
PM é suspeito de matar próprio tio dentro de táxi e de participar de golpe de aluguel de carros no CE
Foto: Reprodução

Um policial militar é suspeito de matar o próprio tio dentro de um táxi em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), e de participar de um golpe de aluguel de carros em Fortaleza.

Os dois processos criminais tramitam na Justiça do Ceará, enquanto o agente segue em liberdade. As ações criminosas aconteceram em 2017 e 2021.

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) instaurou um conselho disciplinar contra o policial, identificado como Kaio Willian Rosa Costa, para apurar o crime de homicídio. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), na sexta-feira, 8.

O agente foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) por crime doloso contra o tio, quando há intenção de matar. A vítima, Cleiuson Rosa Santiago, foi encontrada morta dentro de um carro modelo Chevrolet Spin, na estrada da Tucunduba, em Caucaia.

Na publicação, a CGD informou que as condutas do policial militar “violam os valores militares e deveres éticos”. O órgão também deverá apurar a “incapacidade” do agente para permanecer nos quadros da Corporação Militar.

No processo que tramita sobre o caso de golpes de aluguel de carros, o agente é suspeito de integrar um grupo suspeito de estelionato e venda irregular de veículos na Capital. Ele e mais três mulheres foram denunciadas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), no dia 24 maio de 2021, pelas condutas criminosas de estelionato e associação criminosa.

Além do policial militar, também são acusadas de integrar o grupo criminoso Carolina Carla Gomes Souza, Joenya Kerbia Gondim de Miranda e Socorro Monteiro da Silva. A Justiça do Ceará recebeu a denúncia um dia após a apresentação do documento pelo Ministério Público, tornando os quatro réus na ação penal.

Conforme o documento, o policial é apontado como namorado da denunciada Carolina Carla. O agente atuava como uma espécie de segurança. Em um dos depoimentos de Joenya, é apontado que o PM acompanhava a companheira nas negociações dos veículos.

A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) iniciou a investigação após uma vítima registrar boletim de ocorrência relatando o desaparecimento de seu carro. Ele afirmou que teria alugado o seu carro por meio das redes sociais num grupo chamado “Grupo de Aluguéis de Veículos”.

Segundo ele, o carro foi entregue a uma das denunciadas, que “sumiu” com o automóvel. A vítima relatou aos policiais que a denunciada estaria tentando alugar o carro de um colega dele, que teria marcado um encontro com a suspeita para mostrar o veículo.

No local marcado, a suspeita e outra denunciada foram abordadas por policiais civis e, ao serem questionadas sobre o veículo desaparecido na denúncia, relataram que venderam para Carolina e Kaio.

“Elas confessaram informalmente aos policiais que alugavam fraudulentamente veículos, por meio das redes sociais, enganando as vítimas, para, posteriormente, vendê-los a receptadores”, consta trecho da denúncia.

Durante depoimento à Polícia Civil, Carolina Carla afirmou que não conhecia as denunciadas Socorro e Joenya. Disse que o contato com ambas ocorreu apenas durante a negociação de dois automóveis. Ela declarou que os veículos foram adquiridos por ela e pelo companheiro, Kaio Willian, pelo valor de R$ 11 mil cada.

Ainda segundo o depoimento, ela negou saber que os carros tinham origem ilícita e afirmou que, caso tivesse conhecimento da fraude, não teria realizado a compra. A denunciada também negou que liderava o grupo criminoso suspeito de estelionato.

O policial militar afirmou, em depoimento, que adquiriu os dois veículos por R$ 11 mil, após negociação em grupos de compra e venda nas redes sociais com a denunciada Socorro. Ele disse que a mulher revelou dívidas e restrições dos carros: o Onix teria R$ 45 mil em dívidas e restrições no Renajud e Detran, enquanto o HB20 apresentaria R$ 30 mil em débitos e bloqueio bancário.

O PM informou que realizou consultas ao Detran, verificando os sinais identificadores dos veículos e exigido procurações de quem financiou os carros. Ele afirmou que a intenção dele e de Carolina era quitar as dívidas e revendê-los legalmente.