
Após sete dias de julgamento, o Conselho de Sentença formado por sete jurados populares decidiu absolver, na noite deste domingo (31), os sete policiais militares acusados de omissão durante a Chacina do Curió, ocorrida em Fortaleza em novembro de 2015. Eles eram apontados como integrantes do chamado “Núcleo da Omissão” e respondiam por 11 homicídios, três tentativas de homicídio, três torturas físicas e uma tortura mental.
O 4º Júri do caso, realizado no Fórum Clóvis Beviláqua, durou mais de 75 horas, sendo nove delas apenas na fase de votação dos quesitos. Com a decisão, os réus tiveram todas as medidas cautelares e restrições de direitos revogadas, e poderão voltar ao trabalho operacional nas ruas. Ao todo, já são 19 policiais militares denunciados pelo massacre que terminaram absolvidos.
Foram absolvidos:
Segundo os memoriais do Ministério Público do Ceará (MPCE), os policiais estavam de serviço, divididos em três viaturas, entre a noite de 11 e a madrugada de 12 de novembro de 2015. Testemunhos e imagens indicam que algumas equipes tiveram contato com encapuzados suspeitos de envolvimento no assassinato de Renayson Girão da Silva, uma das vítimas da chacina.
Outros agentes, ainda conforme a acusação, deixaram de atender ocorrências de disparos de arma de fogo registradas naquela noite, não comparecendo aos locais acionados.
O MPCE declarou ter recebido o resultado com “serenidade e respeito”, mas confirmou que irá recorrer. A Defensoria Pública do Estado (DPCE), que atuou como assistente da acusação, também anunciou recurso. Os processos agora serão encaminhados ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
A Chacina do Curió, também conhecida como Chacina da Messejana, resultou em 11 mortes e foi marcada por denúncias de participação e omissão de policiais militares. O julgamento segue sendo um dos mais complexos e prolongados da história recente do Judiciário cearense.