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Suspeito de matar jovem que sumiu a caminho de casa tem prisão preventiva

Wlaudeci Cavalcante Lima, 29 anos, estava de posse do celular da vítima e chegou a formatar o aparelho, para ficar usando.

Josyvânia Monteiro
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: G1 CE
10/09/2025 às 14h23
Suspeito de matar jovem que sumiu a caminho de casa tem prisão preventiva
Foto: Reprodução

A Justiça decretou a prisão preventiva de um homem por suspeita de envolvimento no assassinato de Brenna Maia, de 25 anos, que desapareceu a caminho de casa em Morada Nova, no interior do Ceará. Wlaudeci Cavalcante estava preso temporariamente desde o início de julho, quando foi detido com uma arma de fogo. Após os indícios de que ele participou do assassinato de Brenna, a prisão foi convertida em preventiva.

A jovem foi encontrada morta em um terreno baldio em 17 de junho deste ano, um dia após ser gravada brigando com o ex-companheiro. O laudo da Perícia Forense apontou que Brenna morreu por falta de oxigênio no cérebro após ter sofrido um corte na traqueia, na região do pescoço.

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Conforme a denúncia do Ministério Público, recebida pela Justiça na última segunda-feira (8), Wlaudeci Cavalcante Lima, 29 anos, matou Brenna Maia na madrugada do dia 16 de junho, por volta das 2h40, usando um objeto cortante e subtraiu o celular da vítima.

Wlaudeci foi preso em 8 de julho, por guardar uma arma de fogo em casa, que fica a 550 metros de distância do local onde o corpo de Brenna foi encontrado. No momento da captura, além da arma, a polícia apreendeu com ele dois aparelhos celulares, entre eles estava o da vítima.

Após a descoberta, os agentes passaram a investigar a relação de Wlaudeci com o assassinato da jovem.

Ao determinar a prisão preventiva de Wlaudeci, a Justiça justificou com a necessidade de "garantir a ordem pública".

"Há fortes indícios de envolvimento do representado no homicídio em análise, tendo em vista que, além de ter sido apreendido com o aparelho celular da vítima, ele se empenhou 'em eliminar vestígios do dispositivo, com o claro intuito de obter vantagem pessoal e se ocultar das investigações", diz um trecho da decisão do juiz de Direito.

Durante as investigações, um relatório técnico revelou que o aparelho de Brenna, um iPhone 12 Pro Max, foi bloqueado e desbloqueado diversas vezes madrugada do crime, o que indica que o celular estava protegido por senha. Além de ter sido desligado e ligado sete vezes no intervalo entre 2h47 e 4h36min.

"Wlaudeci, entretanto, conseguiu desbloqueá-lo e realizar pesquisas na internet sobre como contornar o sistema de reconhecimento facial (Face ID), inclusive às 4h32min do dia 16 de junho de 2025, evidenciando tentativa de apagar vestígios e alterar configurações do dispositivo", diz um trecho da denúncia.

Além disso, também foram identificadas pesquisas sobre redefinição de senha, gerenciamento de conta Apple e exclusão de atividades, todas realizadas pelo denunciado após o crime.

O documento apontou ainda que o investigado recebeu diversos e-mails confirmando alterações na conta Apple da vítima, reforçando o domínio sobre o aparelho.

"A partir do dia 21 de junho de 2025, o delatado passou a realizar buscas e assistir vídeos tutoriais sobre como reiniciar, formatar e quebrar a senha de iPhones, além de desativar o recurso 'Buscar iPhone', com o claro objetivo de apagar rastros e assumir o controle do dispositivo", disse a investigação.

A polícia também obteve imagens do aparelho em funcionamento, registros de contas vinculadas à vítima (como iCloud, Gmail, bancos, redes sociais e serviços de streaming), bem como evidências de que o denunciado substituiu a conta original da vítima por uma nova, vinculada ao seu próprio email.

Os investigadores localizaram conversas no aplicativo WhatsApp em que o Wlaudeci admite ter “ajeitado o celular” e planejava fugir, solicitando emprego em outro município.