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PF investiga no Ceará esquema criminoso de importação irregular de prata e produtos chineses

Um auditor fiscal e um perito credenciado perante a Receita Federal foram afastados, e mandados de busca e apreensão foram cumpridos mirando empresários

Rita de Cássia
Por: Rita de Cássia Fonte: GC Mais
11/09/2025 às 09h31
PF investiga no Ceará esquema criminoso de importação irregular de prata e produtos chineses
Foto: Divulgação / PF

A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Corregedoria da Receita Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) a Operação Snooker, que investiga, no Ceará, um esquema criminoso de importação irregular de prata e produtos chineses, fraudando a fiscalização aduaneira.

São cumpridos nesta quinta, no total, 27 mandados de busca e apreensão em endereços nos municípios de Fortaleza, Aquiraz, Maranguape e Maracanaú, no Ceará, mas também em Salvador, na Bahia. As ações incluem ainda diligências na cidade de Barueri, em São Paulo, e na área da alfândega do Aeroporto Internacional Pinto Martins, na capital cearense.

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As investigações apontam que, entre os anos de 2020 e 2025, agentes públicos e empresários atuaram de forma articulada para fraudar a fiscalização aduaneira. Foram identificados dois núcleos de atuação: um voltado à importação de produtos de origem chinesa e outro à entrada irregular de mercadorias de prata, que eram classificadas de forma fraudulenta como bijuterias, resultando em expressiva redução da carga tributária.

Além da prática de corrupção ativa e passiva, que preveem penas de 2 a 12 anos de prisão, também foram constatadas pela PF condutas compatíveis com os crimes de descaminho, cuja sanção varia de 1 a 4 anos, e de fraude à fiscalização tributária, com pena de 2 a 5 anos.

A investigação ainda revelou a manipulação de documentos periciais, enquadrando-se em falsidade ideológica, punida com até 5 anos de prisão, e operações sofisticadas de lavagem de dinheiro, que podem resultar em penas de 3 a 10 anos de prisão, além de multa.

Os investigados usaram empresas de fachada, interpostas pessoas e utilização de criptoativos em valores milionários, para ocultar e disfarçar a origem ilícita dos recursos conseguidos com o esquema criminoso.

A Justiça Federal também determinou o afastamento cautelar de agentes públicos envolvidos, o sequestro de veículos e de embarcação de luxo, bem como o bloqueio de contas bancárias e de criptoativos em valores superiores a 40 milhões de reais.