O Ceará se consolidou, no quarto trimestre de 2024, como um dos estados brasileiros com maior participação feminina no empreendedorismo. De acordo com o Atlas dos Pequenos Negócios, lançado pelo Sebrae, 36% dos donos de negócio no estado são mulheres, percentual equivalente ao de Santa Catarina e atrás apenas do Rio de Janeiro (39%).
O levantamento, que reúne informações de microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), oferece um retrato detalhado do cenário empreendedor no Brasil e serve de base para a formulação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da economia local.
No recorte nacional, São Paulo (23,4%), Minas Gerais (10,1%) e Rio de Janeiro (8,4%) concentram quase 42% de todos os empreendedores do país.
No Ceará, o empreendedorismo tem rosto feminino e negro: 71% das donas de negócio se autodeclaram pretas ou pardas. Apesar do avanço em representatividade, elas ainda enfrentam desafios importantes, como a baixa renda média e as dificuldades de formalização e crescimento dos negócios.
Outro dado que preocupa é a taxa de sobrevivência dos pequenos negócios. Apenas 71,6% resistem após dois anos de atividade, uma das menores taxas entre os estados brasileiros, o que indica a necessidade de mais apoio para garantir sustentabilidade e longevidade às iniciativas empreendedoras.
Para o Sebrae, os números confirmam tanto a força da mulher cearense no empreendedorismo quanto a urgência de ações estruturadas para ampliar crédito, capacitação e políticas de incentivo que assegurem maior competitividade às empresas lideradas por elas.