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Banco Central adia lançamento do Pix parcelado, após ataques e desvios milionários

O novo produto tem o objetivo justamente de padronizar as soluções de crédito no Pix que já existem no mercado

Rita de Cássia
Por: Rita de Cássia Fonte: Ceará Agora
28/09/2025 às 11h57
Banco Central adia lançamento do Pix parcelado, após ataques e desvios milionários
Foto: Divulgação

Com foco em aumentar a segurança do sistema financeiro, o Banco Central (BC) decidiu adiar o lançamento do Pix parcelado, nova função que vem sendo desenvolvida pela autoridade monetária. A previsão inicial era que a funcionalidade estivesse disponível já neste mês, mas as medidas para reduzir as vulnerabilidades do sistema ganharam maior urgência, o que deixou a agenda de inovações em segundo plano.

O desenvolvimento da novidade já está na fase final, mas o BC quer avançar com cuidado a fim de encontrar o equilíbrio entre as novas regras e os modelos de parcelamento no Pix que foram criados pelos bancos.

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O novo produto tem o objetivo justamente de padronizar as soluções de crédito no Pix que já existem no mercado. Nesse formato, o cliente pode parcelar o pagamento, por meio de uma contratação simultânea de empréstimo junto ao banco, mas o destinatário recebe o dinheiro na hora.

No último calendário divulgado pelo BC ao mercado, no fim de junho, o regulamento do Pix parcelado e os demais manuais sobre o produto, como de experiência do usuário, seriam publicados em setembro. No mesmo mês, começaria um período de convivência com os modelos privados, cujo prazo se encerraria em março de 2026.

Agora, o regulamento deve ser divulgado em outubro, mas o manual de experiência, por exemplo, só deve vir a público em dezembro. Pessoas envolvidas na discussão dizem que atraso no lançamento do novo produto deve ser de até três meses e que a justificativa é o foco nas ações de segurança após os ataques a participantes do Pix.

A decisão por adiar a regulamentação do Pix parcelado ocorreu após o registro de desvios milionários motivados por ataques ao sistema financeiro e investigações que ligam instituições financeiras ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das principais facções criminosas do país.

Nesse contexto, o BC, sob o comando de Gabriel Galípolo, tenta fechar as brechas na regulação que vêm sendo usadas pelo crime organizado. Diante dos ataques, a atenção se voltou para a segurança do sistema.

O novo foco contrasta com a agenda de inovação adotada pelo BC nos últimos anos. O lançamendo do Pix, em 2020, foi a mais destacada delas, mas inclui ainda a implementação do Open Finance e a entrada do BC no universo das criptomoedas com os testes do Drex, a CBDC brasileira (Moeda Digital do Banco Central).

Apesar de internamente as iniciativas serem consideradas bem-sucedidas no objetivo de aumentar a concorrência no mercado bancário e de pagamentos, o BC entende que, neste momento, é preciso filtrar os excessos para garantir a solidez do sistema financeiro.