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Mais de 100 morrem em atentado

Mais de 100 morrem em atentado

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
27/05/2012 às 13h06 Atualizada em 27/05/2012 às 13h06

Nas últimas horas, dezenas de residentes do bairro de Teldo, nessa mesma cidade, começaram a deixar suas residências e partiram rumo ao campo depois de as forças armadas terem retomado os disparos com metralhadoras pesadas. Para a oposição, a última ação sobre Al Haula, que viveu grandes manifestações contra o presidente Bashar al Assad no dia anterior, é "um sinal da perda de autocontrole" do regime. "Lamentamos a aparente cegueira da comunidade internacional perante o derramamento de sangue, e acreditamos que o Conselho de Segurança da ONU tem responsabilidade devido a sua incapacidade de proteger os civis", assinalaram em comunicado, no qual convocaram a população síria a um luto nacional de três dias. A violência persiste no país, apesar da presença "in loco" dos observadores internacionais encarregados de verificar o cumprimento do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan, que estabelece o fim das hostilidades entre as partes.  De acordo com dados da ONU, desde março de 2011, mais de 100 mil pessoas morreram na Síria devido à violência, e 230 mil se tornaram refugiadas internas e mais de 60 mil procuraram abrigo em países limítrofes, como Turquia e Líbano. Ativistas da oposição na Síria pediram que a ONU atue com mais força para proteger civis, após o que eles descreveram como o "massacre". Caso o número de vítimas seja confirmado, este se tornará um dos ataques mais violentos em um único local desde a trégua acertada em abril. Ativistas dizem que outras 20 pessoas foram mortas em confrontos em outras partes da Síria, depois que milhares de manifestantes tomaram as ruas após as orações de sexta-feira.  Segundo eles, milícias do governo são responsáveis pela morte de famílias inteiras, enquanto outras pessoas foram atingidas em bombardeios ou sumariamente executadas. A imprensa internacional não tem acesso a diversas partes da Síria. Assim, é impossível verificar de forma independente relatos de violência, mas especialistas disseram que é improvável que o vídeo colocado na internet, mostrando corpos amontoados em um cômodo, seja falso. Em uma carta ao Conselho de Segurança, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a situação na Síria continua "extremamente séria". A França apelou, ontem, para a implementação imediata do plano de paz de Kofi Annan para a Síria e disse que vai convocar uma reunião do grupo Amigos da Síria depois que ativistas disseram que cerca de 100 pessoas foram mortas em bombardeios. Condenando a violência da última sexta-feira como um "massacre", o chanceler francês Laurent Fabius disse que conversará com mediador de paz da ONU Kofi Annan, hoje.

Diário do Nordeste