O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), deflagrou na manhã desta quarta-feira (22), uma operação para desarticular um esquema de supostas fraudes em contratos de limpeza pública. A operação cumpriu mandados em Hidrolândia e São Gonçalo do Amarante, e a justiça expediu sete mandados de prisão temporária com duração de cinco dias. 

Dentre os alvos da prisão, está o ex-candidato a prefeito de Hidrolândia e empresário Francisco Jerberson Timbó Magalhães, conhecido como Jerbinho do Totonho, por conta do contrato entre a sua empresa, Construtora Nova Hidrolândia, com a prefeitura de São Gonçalo do Amarante. A construtora prestou serviço de limpeza pública para a prefeitura de São Gonçalo do Amarante de 2022 até 2024, com faturamento de mais de R$41 milhões.

O município de Hidrolândia teve grande movimentação desde o começo da manhã com viaturas, policiais e promotores que deram cumprimentos aos mandados. Além de Jerbinho, o esquema ainda emitiu mandados de prisão para o ex-deputado federal e também empresário Francisco Antonio Lopes de Paula Bezerra (Totonho Lopes), e o empresário Ivo Martins Veras, proprietário da Loterica Rodrigues Martins Ltda, na qual foram apreendidos vários itens do estabelecimento. Outras medidas além da prisão foram estabelecidas, como:

• busca e apreensão em residências e sede de empresas
• afastamento do sigilo bancário e fiscal
• afastamento do sigilo telefônico
• afastamento e suspensão de função pública
• afastamento e suspensão contratual

A denúncia surgiu em junho de 2024, quando o vereador de São Gonçalo do Amarante, Thiago dos Santos Rocha, denunciou supostos ilícitos criminais ocorridos na administração da Prefeitura. O Ministério Público, então, procedeu com diligências e Inspeção Ministerial in loco no município, nos dias 9 a 13 de junho deste ano, a fim de apontar indícios de autoria e materialidade de crimes apontados.

A partir da apreensão do celular de Jerbinho, foram identificados crimes de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e de lavagem de capitais referente à Construtora Nova Hidrolândia. Jerbinho, Totonho Lopes e o empresário Victor Mourão participavam de um grupo de WhatsApp para gerir o contrato de limpeza pública de São Gonçalo do Amarante, no qual trocavam mensagens, tratavam de valores, com indícios de pagamentos de propinas e de lavagem de capitais com a utilização da lotérica Rodrigues Martins Ltda.

Esta é a 3ª vez que Jerbinho é alvo de operação do MPCE e 2º pedido de prisão. Ainda este ano, ele já havia sido preso temporariamente pelos crimes de responsabilidade de prefeitos, falsidade ideológica, associação criminosa, peculato, concussão, corrupção ativa e fraudes em licitações. Mas, foi solto após oito dias, a pedido do MPCE, que entendeu que a prisão cumpriu a sua finalidade.