Quatro homens foram presos pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por suspeita de participação na chacina registrada em maio deste ano, em um campo de futebol na Barra do Ceará, em Fortaleza. Os crimes ocorreram no dia 6 de maio, durante a tarde, quando homens fortemente armados invadiram o campo e abriram fogo contra os jogadores.

A operação da Polícia Civil cumpriu dois mandados de prisão no Ceará e outro no estado de Goiás. Além disso, um quarto homem foi preso em flagrante. Os homens presos no Ceará por meio do mandado de prisão têm 26 e 29 anos, os dois com antecedentes criminais por roubo. Já o suspeito preso em Goiás, de 27 anos, já responde por tráfico de drogas.

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Durante as ações, a Polícia Civil identificou um local clandestino utilizado para a fabricação e o fornecimento de placas de automóveis, que eram utilizados pelo grupo para adulterar veículos usados nos crimes. Conforme as investigações, o espaço produzia placas irregulares e teria fornecido uma delas para o veículo usado na chacina.

Essa ação resultou na prisão em flagrante de um homem, de 25 anos, que mantinha esse maquinário dentro de casa. Os quatro suspeitos presos são apontados como integrantes de uma facção criminosa de origem carioca, com atuação no Ceará.

As investigações apontam que o ataque foi orquestrado por integrantes de um grupo criminoso, em retaliação a outro grupo, em meio a disputas internas. Desde então, o DHPP tem feito diligências que resultaram em prisões e apreensões. As investigações continuam para identificar a autoria e a motivação do crime.

Vítimas

As vítimas tinham entre 16 e 34 anos e estavam participando de uma partida de futebol amador quando foram surpreendidas pelos tiros. Os mortos foram identificados como Pedro Henrique da Silva Borges, de 16 anos, aspirante a jogador profissional; Carlos Johnson Viana Ferreira, de 31 anos, feirante; Estefany da Silva Ribeiro, 34, motoboy; e Evandro Igor da Silva Dias, 26, pedreiro. Todos moradores da região, eles tinham em comum o hábito de frequentar o campo para lazer.

Pedro Henrique sonhava em seguir carreira no futebol profissional e já havia feito testes nos clubes Ceará e Fortaleza. Um convite para avaliação no São Paulo Futebol Clube chegou a ser feito, mas não chegou a se concretizar. O adolescente morreu ainda no campo.

Carlos Johnson, feirante, estava no local acompanhado do filho, que foi testemunha do crime. Ele deixa a esposa, que está grávida. Estefany Ribeiro, motoboy, era frequentador assíduo do campo e deixa dois filhos. Já Evandro Igor, que trabalhava como pedreiro, era pai de um menino.

Durante o ataque desta terça, testemunhas relataram que os assassinos usavam coletes com a inscrição “Polícia Civil”, o que inicialmente confundiu os presentes. Dois homens morreram no local, enquanto outros foram socorridos – dois deles não resistiram aos ferimentos nos hospitais.