O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) realizou 5.955 resgates de animais entre janeiro e junho de 2025. O balanço representa um aumento de 8,55% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram contabilizadas 5.486 ocorrências. A maior parte das ações envolve animais silvestres retirados de situações de risco ou apreendidos em operações contra o comércio ilegal.

As serpentes lideram o ranking de atendimentos: foram 4.062 resgates no semestre, um crescimento de 9,31% em relação a 2024. Em seguida aparecem os gatos, com 702 ocorrências e aumento de 16,80% na comparação com o ano anterior. Entre os animais silvestres urbanos, gambás e cassacos somaram 380 intervenções.

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Fortaleza concentra o maior número de chamados: foram 1.531 apenas nos primeiros seis meses do ano. Parte significativa dos animais é encaminhada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, onde passam por avaliação veterinária e processo de reabilitação.

O chefe do centro de triagem, Alberto Klefasz, explica que a diversidade de espécies recebidas é grande. “As aves, os pássaros são os animais que mais chegam aqui, mas a gente recebe também muitos animais de resgate, muitas serpentes, jiboias, muitos cágados, que são aqueles animais de casco, que são encontrados nas lagoas. A gente recebe macacos também, muitos papagaios, todo tipo de animal. A gente já recebeu de anta a onça aqui.”

Segundo ele, todas as espécies passam por análises antes de serem devolvidas à natureza. “Os animais, quando eles chegam aqui, passam por uma avaliação. Então o veterinário, o biólogo, eles avaliam o comportamento do animal, se é um animal bravio, se é um animal que já tem contato com pessoas, que a gente chama de humanizado. E aí depois de todo esse processo – que varia de animal para animal, pode demorar mais ou menos – ele é encaminhado para locais de soltura em áreas protegidas e cadastradas.”

Na última semana, uma operação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente encontrou quatro aves mantidas ilegalmente em uma casa em Fortaleza: um periquito-do-sertão, dois papagaios-verdadeiros e uma arara-vermelha. Os animais foram levados à delegacia e posteriormente encaminhados ao Cetas, onde passam por avaliação e reabilitação.

O trabalho de fiscalização e resgate também depende de denúncias feitas pela população. O 1º Tenente Weltson, do CBMCE, destaca que os chamados chegam por diferentes canais. “O nosso batalhão faz esse resgate através das denúncias que nós recebemos. Denúncias essas que vêm através da coordenadora integrada de operações de segurança, a CIOPS. Chegam também denúncias através do 181, que é o Disque Denúncia do Governo do Estado, e também através do 190.”

Ele reforça que os moradores não devem tentar capturar animais por conta própria e que, diante de qualquer situação de risco, a orientação é acionar o 193. O tenente afirma ainda: “a pessoa pode dizer: ‘eu não quero ser identificado, eu queria fazer uma denúncia anônima’. Pode se sentir à vontade, porque isso está ajudando as outras pessoas ajudando o planeta e que a gente possa ter uma convivência tranquila, sadia, com todo tipo de animal, seja ele silvestre, seja ele doméstico.”