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O Encontro

O Encontro

04/10/2013 às 15h57 Atualizada em 21/03/2020 às 11h17
Por: Thiago Rodrigues
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Quero compartilhar com os amigos internautas, um trecho do meu livro sobre esses dois homens que foram ícones da humildade.

O Encontro
Todos os anos milhares de pessoas fazem romarias em homenagem a São Francisco, o pobre de Deus, como é conhecido. O mesmo, todos os anos em outubro sai do seu Lar Eterno para observar as ações das pessoas que o reverenciam.
Um dia, Francisco e seus amigos saíram em seu veículo voador como o objetivo de visitar os principais santuários franciscanos na Terra. Primeiramente foi a Assis, na Itália, sua terra natal. Parou e olhou por um bom tempo todas as pessoas rezando, pedindo em suas orações, principalmente paz no mundo. Havia muita gente reunida na cidade, todos em um mesmo objetivo.
Após anotar todos aqueles pedidos em seu humilde livro de pedidos, saiu devagarinho a outro santuário. O destino agora era a cidade de Canindé no Brasil. No meio do caminho vinha analisando pedido a pedido, anotando algum detalhe que porventura havia esquecido.
Já chegando a Canindé viu uma grande multidão na cidade, afinal de contas, é o seu dia: quatro de outubro. Desceu e notou muitos romeiros pedindo esmolas vestidos com vestes típicas dele na época em que vivia aqui. Muitos pedindo saúde e paz no mundo. Ficou muito triste porque viu nos semblantes daquelas pessoas muita tristeza e sofrimento e pensou com ele mesmo:

- Estou vendo que meu povo é sofrido não só pela fome, também é muito carente de amor e fé.

Continuou sua missão. Mais uma vez abriu seu livro que ia anotando todos os pedidos daquelas frágeis pessoas que clamavam veementemente por dias melhores. Saiu da cidade acenando para todos de dentro de seu velho transporte.
Saindo de lá, resolveu, antes de seguir ao caminho definitivo, dar uma volta na vizinha e co-irmã Santa Quitéria. Ao chegar à cidade, resolveu parar um pouco, pois estava cansado. Parou seu veículo ao lado da igreja matriz da cidade. Quando de repente percebeu que seu veículo apresentou falha mecânica daí, desceu junto com seus acompanhantes para averiguar o que havia acontecido. Iniciaram então o conserto da máquina. Um dos irmãos disse ao Irmão Francisco:

- Irmão Francisco, o problema é muito sério, creio que vamos precisar de peças para fazer o reparo.

Enquanto eles conversavam para decidir o que iriam fazer, uma forte luz apareceu sobre eles e a mesma rumava a uma casa perto da praça. Dentro da luz saíam raios luminosos que pareciam degraus de uma escada. Logo, o ambiente foi invadido por uma densa neblina. Fortes ventos sopravam de leste a oeste, emitindo sons de apito.
Francisco e seus irmãos inebriados com o fenômeno ficaram estarrecidos. Daí, uma velha Maria Fumaça surgiu do interior da neblina e planava vagarosamente até parar em frente casa paroquial. De dentro, saíram vários anjos levando consigo trombetas em que anunciavam a chegada de mais um visitante ao Paraíso Celeste.
Nessa hora, o céu se iluminou, muitas pessoas ilustres da cidade que já estavam no mundo espiritual, saíram de um dos vagões e cantavam louvores ao celebrar a chegada daquele que pastoreou por muito tempo à pequena cidade Santa Quitéria.
De dentro da casa paroquial saiu um homem a passos lentos, seu semblante aparentava tristeza ao ver seu povo chorando. Na calçada, ergueu a cabeça e viu uma locomotiva estacionada a frente de sua residência.
Um dos anjos saltou do trem e foi à casa paroquial onde falou:

- Monsenhor, viemos lhe conduzir a morada eterna. A condução está a sua espera. Hoje o senhor é o maquinista.

- Antes ir, gostaria de me despedir da minha amada casa onde inúmeras vezes celebrei missas, batizados e casamentos.

Saiu em direção à igreja em suaves passadas até ao patamar. Quando ia subindo os batentes, viu homens trabalhando com afinco num transporte. Daí aproximou-se deles e perguntou:

- O que vocês estão fazendo?

- Estamos tentando consertar nosso veículo e urge que temos que voltar para casa.

- Não se preocupem, há uma locomotiva parada há vagas para você. Juntem-se a nós, sentimos prazer em levá-los.

São Francisco em sua humildade olhou nos olhos do monsenhor e como numa mágica telepatia falou:

- Então vamos, meu irmão, iremos todos juntos com você. Vejo em sua expressão facial que você se parece comigo.

Nesse momento o padre o convidou para entrar na igreja. Lá dentro, os dois conversaram e pediram a Deus que realizasse as necessidades das pessoas.
Na saída, os dois que dedicaram suas vidas a pregação da Palavra de Deus e ao total desapego aos bens materiais, foram em à composição onde todos os célebres tripulantes já os esperavam com ansiedade. Entraram na casa de máquinas e, alegremente, o monsenhor iniciou os procedimentos padrões de por a máquina na linha.
A locomotiva deu partida e ergueu-se lentamente dando uma volta na igreja. Quando dobrou a esquina da velha intendência viu uma humilde velhinha em pé na calçada, pedindo carona. Era tia Cândida.

- Posso ir com vocês?

“Mas é claro, minha irmã. Vamos você vai ao nosso lado na casa de máquinas.

Então os dois maquinistas, São Francisco e monsenhor Ximenes, acionaram os motores e o trem começou a voar, sendo guiados por uma legião de anjos que conduzia o trem rumo às estrelas. Uma voz que vinha do alto exclamou:

- O veículo do irmão Francisco não se danificou por acaso. O nosso irmão deu essa breve parada para conhecer seu novo companheiro. Deus age certo e por vias sinuosas.

Então o trem foi ganhando velocidade até sumir nos ares deixando na Terra o exemplo de um homem humilde que ao lado de outro, formam uma parceria com O mais pobre de todos os homens (Jesus), mas com uma riqueza tão grandiosa que só entende que O aceita com humildade no coração.

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