Apesar da disparada do preço do barril, a Petrobras não deverá repassar imediatamente os aumentos para o consumidor brasileiro. A estatal vai avaliar o comportamento do preço do petróleo nos próximos dias para depois decidir se irá revisar os preços dos combustíveis no Brasil. Na prática, significa que, por ora, a petroleira vai segurar os preços dos combustíveis.
Ainda assim, Iughetti destaca que a disparada deve refletir sobres preços dos combustíveis, uma vez que a Petrobras “não poderá suportar por tanto tempo” a medida. Ele lembra que a refinaria atacada é responsável pela produção de cerca de 6% de todo o petróleo produzido no mundo.
“Com certeza, os derivados no Brasil sofrerão com essa alta. Até porque uma das variáveis utilizadas pela Petrobras no reajuste dos valores praticados nas refinarias é o preço do barril de petróleo”, explica. Além do combustível fóssil, a estatal também leva em consideração a cotação do dólar, que fechou ontem em alta de 0,05%, a R$ 4,08.
Apesar da iminente elevação no valor dos combustíveis, Iughetti ressalta que tudo vai depender do que irá acontecer nos próximos dias, uma vez que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá abrir mão de suas reservas estratégicas para que o efeito nas preços finais não sejam tão drásticos.
“Esperamos que as declarações de Trump surjam o efeito esperado”, torce o consultor. Para tentar minimizar os efeitos, a Petrobras anunciou que vai segurar o preço da gasolina até que haja estabilidade nos valores dos barris de petróleo.
O consultor de energia, Expedito Parente Júnior, aponta que a volatilidade do preço do petróleo pode ser um fator inflacionário no Brasil. Ele explica que o custo com transporte pode gerar um consequente aumento no preço dos produtos finais para o consumidor.
“Com isso, pode ser que a própria taxa básica de juros, a Selic, seja impactada. O mercado tinha a expectativa de encerrar o ano com a Selic abaixo de 5%, mas pode ser que ela volte a subir ou pelo menos pare de cair, aumentando o custo do investimento no País”, esclarece.
Ele aponta que a dimensão dos efeitos vai depender, por exemplo, da política estratégica adotada pela Petrobras. “Nós temos estoque. Pode ser que a Petrobras não repasse esse aumento logo para os consumidores, repassando posteriormente ou mesmo na esperança da volta de uma normalidade”.
Diário do Nordeste