Com programação prevista para começar em março, a feira precisou ser adiada devido ao alto pico da pandemia no município em 2021. De acordo com Salvador Holanda, Secretário de Cultura de Santa Quitéria, o projeto foi desenvolvido com a ajuda de 15 representantes do artesanato e é “um sonho desde que chegou a gestão”. Até o momento, estão cadastrados 60 artesãos, mas a estimativa é que a Secretaria busque cada vez mais pessoas para compor a programação.
Com o objetivo de fortalecer a cultura do artesanato e valorizar os artistas de Santa Quitéria, a feira irá ocorrer inicialmente na Praça do Bradesco, durante a segunda semana de cada mês, no horário de 18h às 21h. “A Secretaria de Cultura está criando estratégias para aumentar o interesse da população pelo artesanato. Essa feira vai fazer com que essas pessoas despertem a curiosidade e interesse nas peças, além de funcionar na parte econômica, porque garante renda para os artesões que em sua maioria trabalham de forma autônoma”, pontua o secretário.
Ainda de acordo com Salvador, a feira deve virar uma tradição da cidade e ganhará uma extensão virtual, onde quem tiver interesse por artesanato poderá acompanhar cursos e oficinas online.
“Nós queremos criar uma tradição e apoio para os artesãos, onde eles possam cada vez mais criar oportunidades para vender. Santa Quitéria é uma cidade muito rica em todos os sentidos e por muito tempo não valorizamos o que temos aqui dentro. Quando essa feira começar, vocês vão ficar surpresos com a qualidade e diversidade que temos de produtos aqui no município. Desde cobre até papeis reciclados”, comenta Salvador.
Auzenir Soares, artesã de Santa Quitéria desde 2018, afirma que está ansiosa para a programação e garante que este é o momento certo para toda a classe mostrar o que sabe fazer. “A Feira vai ser um meio de divulgar o nosso trabalho porque têm pessoas que nem sabem o que fazemos. A feira será como forma de mostrar nossas peças, principalmente nesse período de pandemia”.
Artesanato na Pandemia
Uma pesquisa feita pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, mostrou que os empresários do setor de artesanato foram os que mais usaram o Whatsapp como ferramenta de venda (92%), entre todos os segmentos da economia. Os pequenos negócios do artesanato aparecem em segundo lugar quando o assunto é lançamento de novos produtos ou serviços. No levantamento do Sebrae, 53% desses empresários criaram novidades desde o início da crise, perdendo apenas para os serviços de alimentação, onde esse percentual foi 56%.
Esse mercado tem uma peculiaridade muito forte: a proximidade na relação entre clientes e artesãos. O contato direto com o artista e com a obra são fundamentais e fazem com que o setor tenha características bastante específicas.