Santa Quitéria: Estudos da usina de Itataia só no ano que vem.
Santa Quitéria: Estudos da usina de Itataia só no ano que vem.
Por: Thiago Rodrigues
04/12/2011 às 19h53Atualizada em 04/12/2011 às 19h54
Os estudos ambientais para a exploração da mina de urânio e fosfato de Itataia, que serão utilizados para obtenção do licenciamento junto ao Ibama, deverão ser concluídos somente em meados do ano que vem. Apesar de programado para o fim deste ano, o prazo, agora esticado para a confecção do documento, segundo garante o diretor de Recursos Minerais das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Otto Bittencourt Neto, não irá atrasar o cronograma do empreendimento, que deve começar a operar entre 2014 e 2015. De acordo com Bittencourt, a primeira fase dos estudos, que é composta de um diagnóstico pré-operacional e traz informações sobre a fauna, a flora e o relevo do local está sendo concluída pela Arcadis Hidro Ambiente, empresa contratada pela Galvani - parceira da iniciativa privada da INB no projeto de exploração da jazida - para a realização do serviço. "O diagnóstico socioambiental, que trata sobre a população e os impactos da usina, também está sendo elaborado. Estes documentos serão utilizados para realizarmos o Termo de Referência que entregaremos ao Ibama para a elaboração do Eia/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental)", explica o diretor.Será através do Eia/Rima que o Ibama irá decidir sobre a concessão da licença ambiental do empreendimento. Desde janeiro deste ano, a Arcadis iniciou o trabalho de estudos ambientais para a usina de Santa Quitéria, município onde se localiza a mina. No fim do ano passado, foi decidido que o Ibama seria o órgão responsável pelo licenciamento do empreendimento, e não mais a Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente), que já havia, inclusive, emitido licença prévia para Itataia. A definição obrigou as empresas a refazerem todo o estudo ambiental. Em paralelo aos estudos para licenciamento, o consórcio INB/Galvani também está realizando testes de rota tecnológica, que orientarão a engenharia da fábrica que funcionará em Santa Quitéria. Os testes estão sendo realizados pela Galvani em uma planta piloto da INB localizada am Caldas, Minas Gerais, uma minifábrica que reproduz os processos de beneficiamento do minério, a produção do ácido fosfórico e a separação do urânio. "A primeira rota de extração do urânio do ácido fosfórico foi feita, e foi um sucesso. Agora, vamos iniciar a fase de testes de extração do tório, que é outro mineral também presente em associação ao urânio. Normalmente, o urânio está associado ao tório, mas em Itataia tem um pouco mais deste elemento", informa. "Está tudo andando a contento dentro do cronograma", garante o diretor. O Projeto Santa Quitéria deve gerar cerca de três mil empregos. Com cerca de 80 mil toneladas de reservas lavráveis de urânio, a mina de Itataia, localizada a 252 quilômetros de Fortaleza, é a maior do Brasil, que tem a sexta maior reserva uranífera do mundo e a capacidade de produção da mina representa uma acréscimo de 375% no quadro atual. (DN/AVSQ).