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Médico é preso por manter paciente em cárcere por mais de um mês após cirurgia dar errado

Médico é preso por manter paciente em cárcere por mais de um mês após cirurgia dar errado

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
19/07/2022 às 14h13 Atualizada em 19/07/2022 às 14h13
Médico é preso por manter paciente em cárcere por mais de um mês após cirurgia dar errado
Foto: Reprodução

De acordo com informações do Jornal Nacional, a vítima, uma mulher de 35 anos, teria tido complicações após um procedimento estético no abdômen, realizado por Bolívar. O médico teria impedido a transferência da mulher, que estava em estado grave, para outra unidade de saúde.

Na última sexta-feira, 15, policiais conseguiram falar com a paciente por telefone. Segundo informações, a mulher se mostrou desesperada e pediu para ser retirada do hospital, pois estava com medo de morrer. Ao entrar na unidade hospitalar, os agentes de segurança viram o estado crítico de saúde da vítima e solicitaram a prisão preventiva do médico.

Ainda segundo o Jornal Nacional, a vítima informou que o médico disse que só a transferiria se ela assinasse um termo de responsabilidade. "Não tinha como ele me transferir para outro hospital, outro hospital não iria cuidar de mim do jeito que ele ia me cuidar", informou a mulher.

Segundo Fernanda Fernandes, delegada responsável pelo caso, cárcere é qualificado quando a vítima tem a liberdade de locomoção impedida. “Ela tinha direito de acompanhante, mas não tinha direito a sair do hospital”, explica.

Os policiais também pediram pela suspensão do registro profissional de Bolívar no Conselho Regional de Medicina. Dois assistentes do médico, dois funcionários e o diretor clínico do Hospital Santa Branca também passam por investigação.

A vítima ainda está no hospital. Agora, ela espera a decisão liminar que determina a transferência. "Meu sentimento é de apavoramento, de dor, de angústia, de querer ir embora, de querer sair daqui, de querer ter liberdade", relatou a mulher.

O Hospital Santa Branca afirmou que as acusações de cárcere privado na unidade são infundadas. Além disso, declarou repúdio às práticas criminosas atribuídas ao hospital. O Conselho Regional de Medicina do Rio também apura o caso.

Histórico criminal

O médico acusado, Bolívar Guerrero Silva, é equatoriano e tem o diploma validado no Brasil. Desde 1996, o homem atua em Caxias. Atualmente, Bolívar aparece em 19 processos, a maioria são acusações de pacientes que denunciaram o homem por erro médico.

Em 2010, Bolívar Guerrero chegou a ser preso suspeito de formação de quadrilha, crimes contra a relação de consumo, além de exercício ilegal da Medicina. Na época, ele era um dos donos do Hospital Santa Branca. Ele foi acusado de usar produtos falsificados nos procedimentos estéticos, além de aplicar medicamentos para preenchimentos faciais sem registro na Anvisa. 

O povo