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Funcionária de escola estadual relata agressão por mãe de aluno e faz queixa na polícia: 'Me senti humilhada'

Funcionária de escola estadual relata agressão por mãe de aluno e faz queixa na polícia: 'Me senti humilhada'

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
21/09/2022 às 15h52 Atualizada em 22/09/2022 às 02h06
Funcionária de escola estadual relata agressão por mãe de aluno e faz queixa na polícia: 'Me senti humilhada'
Foto: Reprodução

Ao g1, Marielene Cipriano contou que trabalha desde 2009 na Escola Estadual Engenheiro Octávio Marcondes Ferraz como agente de organização escolar. A escola atende apenas Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano.

Diariamente, ela faz a saída de todos os alunos às 17h50 e fecha o portão às 18h. Na última quinta (15), dia da agressão, dois alunos ainda esperavam pelos pais e, como já eram 18h, a funcionária os levou à secretaria para que aguardassem na direção.

"Quando a mãe de um dos alunos chegou, ela lembrou de uma situação de 10 dias atrás. O filho dela, que tem 8 anos, tinha sido levado para a diretoria por problema disciplinar com outro aluno. Ela estava muito alterada, já veio com dedo apontando na minha direção, [dizendo] que eu não podia falar com o filho dela e começou com xingamentos. Quando decidi me retirar, fui surpreendida por ela me agredindo. Foi muito rápido", conta.

A funcionária diz que não teve reação e a primeira coisa que pensou foi em chamar a polícia.

"Meus óculos caíram quando ela bateu, e eu não tive reação no momento. Não revidei. Falei que ia chamar a polícia e foi isso que fiz. Fui para o hospital fazer curativos e depois para a delegacia registrar boletim de ocorrência. Já a mãe foi embora e não apareceu mais. Nem o filho dela foi mais à escola."

Marilene relata também que o sentimento é de humilhação e revolta. Desde o ocorrido, ela pegou licença de 10 dias e não retornou ao trabalho.

"Nunca pensei que aconteceria comigo. Já tentei apartar briga, mas nunca houve comigo. Já presenciei violência entre as crianças, mas eu sempre tento melhorar o ambiente com a paz, conversa. Para mim, foi uma violência profunda. Não consigo nem descrever bem. Mesmo que fisicamente não foi nada tão grave, mas a parte emocional, de lembrar que passei por isso em um ambiente por harmonia, na frente de duas crianças, é mais difícil. Me senti humilhada."

"O Brasil vem atravessando um mar sombrio em que tentam transformar o servidor público em inimigo número um da população e não temos forças sozinhos para dar um basta nisso."
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) afirmou que repudia todo e qualquer ato de violência, dentro ou fora das escolas.

"A pasta se solidariza com a funcionária, que se encontra em licença médica. Foi registrado boletim de ocorrência e os responsáveis pelos alunos envolvidos foram chamados para uma reunião de mediação".

"O programa Psicólogos na Educação está à disposição dos profissionais e alunos da escola. O caso foi inserido na Placon, plataforma do Conviva-SP, que é usada para registrar todas as ocorrências escolares. A Diretoria de Ensino e a escola seguem à disposição para esclarecimentos", finaliza a nota.

G1