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Homem passa mais de 300 dias preso após suspeito de crimes fingir ser ele em ligação telefônica

Homem passa mais de 300 dias preso após suspeito de crimes fingir ser ele em ligação telefônica

11/05/2023 às 12h26 Atualizada em 11/05/2023 às 16h37
Por: Thiago Rodrigues
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Foto: Reprodução
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Um auxiliar de produção passou mais de 300 dias presos após ser confundido com um homem que fingiu ser ele em uma ligação telefônica, em Fortaleza, segundo o advogado de defesa, Silvio Vieira. Lucas (nome fictício) foi preso em junho de 2022 e permaneceu até maio de 2023.

O Ministério Público, quem ofereceu a denúncia, disse que a fase de instrução do processo já se encerrou. “O órgão ministerial agora vai analisar as provas produzidas durante essa fase (verificando, inclusive, a situação apresentada pelo advogado) e apontar as alegações finais. Depois disso, o Poder Judiciário proferirá sua sentença sobre o caso”, complementou.

O mandado de prisão surgiu após Lucas ser confundido com um homem investigado por integrar um grupo criminoso. Em 2016, a família de Lucas pediu ajuda a este segundo homem para tentar resolver um problema relacionado à morte do irmão do auxiliar, que foi assassinado durante uma rebelião em um presídio.

Na ligação, o homem fingiu ser Lucas após a atendente da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) informar que só passaria informações para familiares da vítima. Com isto, o homem se apresentou como Lucas para obter as informações. O áudio da ligação foi usado como prova contra Lucas, ato que foi criticado pela defesa. A linha telefônica do celular usado estava sendo investigada pela polícia em apuração da atuação de grupo criminoso na região.

“Existe um erro grosseiro, que é a inexistência da verificação da legalidade e da credibilidade da prova apresentada pela delegacia”, rebateu Vieira. Segundo ele, o áudio não foi ouvido, durante a investigação, por um juiz. O advogado de defesa argumentou que a pessoa que ligou é uma liderança comunitária do Bairro Bom Jardim, onde a família mora. “Em 2016, teve uma revolta no presídio, e uma pessoa foi assassinada queimada lá dentro. Como a família [da vítima] é muito humilde, pediram ajuda desse homem para poder agilizar a liberação do corpo”, disse Vieira.

“Na época, ele ligou e disse que era da família do morto, e que precisava saber qual era a orientação para liberar o corpo no IML. Quando a atendente falou que só podia dar informação para família, o rapaz — com boa vontade — disse o nome do irmão que ele se lembrava”, complementou o advogado.

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