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Federação de postos confirma restrições de oferta de diesel e ANP diz que não há falta

Responsável por garantir o abastecimento, a ANP afirmou, porém, que os estoques das distribuidoras estão em níveis adequados

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues Fonte: O Otimista
15/08/2023 às 06h05
Federação de postos confirma restrições de oferta de diesel e ANP diz que não há falta
Foto: Reprodução

A federação que representa os revendedores de combustíveis do país, confirmou nesta segunda-feira (14) restrições pontuais para a compra de diesel pelos postos, principalmente os de bandeira branca, diante das elevadas defasagens em relação às cotações internacionais.

Responsável por garantir o abastecimento, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) afirmou, porém, que os estoques das distribuidoras estão em níveis adequados e que não há falta falta do produto nesse momento.

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As dificuldades para aquisição de diesel refletem as elevadas defasagens no preço interno do combustível em relação às cotações internacionais do petróleo, que reduzem o apetite por importações e levam distribuidoras a priorizar o fornecimento às suas próprias redes de postos.

Segundo a Fecombustíveis (Federação do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes), trata-se de uma “situação atípica” e vem provocando “aumentos generalizados” nos preços de venda das distribuidoras de combustíveis. “Com a diferença de valores entre os combustíveis adquiridos no mercado externo e os comercializados pelas refinarias da Petrobras, a janela da importação pode fechar em determinados períodos, eventualmente causando diminuição de produto disponível no país”, afirmou.

Por outro lado, como parte do mercado é abastecido por importações e importadores privados, consumidores de determinadas regiões vêm sofrendo com aumentos de preços por repasses da alta das cotações internacionais.

Na semana passada, o preço médio do diesel S-10 subiu R$ 0,08 por litro, para R$ 5,08, mesmo sem reajustes nas refinarias da Petrobras.

“Os postos [de] marca própria (bandeira branca) podem ter dificuldade para adquirir combustíveis a preços competitivos em virtude do aumento de custos generalizado por parte das distribuidoras”, disse a Fecombustíveis.

“Além disso, em uma situação de restrição de combustíveis, as distribuidoras nacionais priorizam as entregas de produto para os postos da sua rede bandeirada, visando o cumprimento dos contratos. Ou seja, em alguns locais, pode ocorrer restrições pontuais de fornecimento.”

A possibilidade de desorganização do mercado após a implementação da nova política de preços foi levantada por especialistas e executivos do setor logo após o anúncio de que a Petrobras abandonaria o conceito de paridade de importação. A avaliação é que a falta de uma fórmula transparente para a definição dos preços amplia o risco de ingerência política na empresa e permite longos períodos de defasagem, com reflexos em importações e na competitividade de biocombustíveis.

Na abertura do mercado desta segunda (14), o preço do diesel nas refinarias da Petrobras estava, em média, R$ 1,18 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Na média nacional, a defasagem era de R$ 1,01 por litro. No caso da gasolina, a diferença era de R$ 0,90 por litro nas refinarias da Petrobras e de R$ 0,79 por litro na média nacional.

A ANP disse que ainda não recebeu de relatos de distribuidoras sobre restrição de oferta e que segue monitorando a situação. “A agência consolida ainda, diariamente, os dados de estoques de combustíveis do mercado e, até presente data, os dados consolidados apresentam níveis regulatórios adequados”, afirmou.