20/01/2012 às 08h41Atualizada em 20/01/2012 às 08h41
Francesco Schettino, capitão do navio que naufragou na costa da Itália, admitiu à Polícia a culpa pelo acidente da última sexta-feira, informou a imprensa italiana ontem. Os jornais locais também denunciaram a presença de uma mulher que estaria acompanhando o comandante na noite do incidente. Os dois teriam inclusive fugido no mesmo bote antes da maioria dos passageiros.
No depoimento, o capitão dizia que "conhecia muito bem as profundidades da zona (perto da Ilha de Giglio)", mas ordenou "muito tarde" a volta. Schettino está em prisão domiciliar e pode pegar até 15 anos de cadeia por abandono do navio e homicídio culposo múltiplo. Informações sobre uma jovem misteriosa que estaria com o capitão no momento do naufrágio elevaram as suspeitas sobre o comandante. Domnika Certoman confirmou que estava com Schettino na cabine de comando. Contudo, disse que estava no Costa Concordia a trabalho, sob a função de tradutora. A Costa Cruzeiro, empresa que administra o navio, confirmou que a jovem embarcou "regularmente" e se prontificou a entregar o cartão de embarque de Domnika à Justiça. Em entrevista à uma TV da Moldávia, a jovem defendeu Schettino e negou que ele tenha abandonado o navio, como todas as provas indicam até agora. Domnika disse que deixou o barco por volta das 23h40, e que o capitão continuou a bordo. Ela descreveu o comandante como um "herói". "Acredito que ele fez um excelente trabalho, toda a equipe está em dívida com ele", disse. De acordo com uma testemunha, a jovem também jantou com o capitão na noite do naufrágio. Francesco Schettino foi visto comendo no restaurante mais chique do Costa Concordia vestido de uniforme. O comandante teria comido e bebido vinho em abundância. A Promotoria, no entanto, aposta na hipótese de que o acidente tenha sido produzido pela falta de atenção do capitão Schettino e por isso quer interrogar Domnika.