No Espírito Santo, o Fantástico acompanhou uma gravidez de sêxtuplos, desde as primeiras ultrassonografias. O ocorrido, apontado como algo 'muito raro' pelos médicos, foi uma grande surpresa para Quezia Costa e Magdiel, que já tinham uma filha, e não fizeram nenhum tratamento especial para engravidar.
Quezia - que estava com 27 semanas de gravidez - deu à luz aos seis filhos (quatro meninos e duas meninas) no domingo passado. Na sexta-feira (6), um dos bebês, o Matteo não resistiu. Os outros cinco continuam na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, onde devem ficar internados por pelo menos três meses. A mãe, que saiu do hospital na quarta passada, vai visitar os bebês todos os dias.
"Eles não podem mamar, não posso pegar eles, então eu vou lá pra tentar tirar o leitinho para eles. Então tocar neles... isso é muito bom. No início eu estranhei, porque são muito pequenininhos, mas depois você se acostuma. Mas só de olhar a carinha deles... É um processo doloroso, confesso", desabafa a mãe.
Apesar dos desafios, os pais mantêm a fé na recuperação dos bebês.
"É muito difícil mesmo. Confesso que a gente fica com o psicológico bem abalado às vezes, porque os médicos falam a realidade do que tá acontecendo. Mas a gente confia em Deus, acredita que já deu tudo certo, que logo, logo eles vão se recuperar", diz o pai.
O nascimento
Ao todo, 32 profissionais participaram do parto dos sêxtuplos. Os seis bebês nasceram num intervalo de 4 minutos. Eles foram levados para uma sala ao lado onde receberam os primeiros cuidados e depois seguiram direto para a UTI Neonatal.
A pediatra e coordenadora da UTI Neonatal, Bianca Zampiroli de Medeiros, destaca que crianças de 27 semanas têm grandes chances de apresentarem alterações neurológicas, entre outras complicações. Isso porque existem riscos, principalmente nessa fase inicial da vida e aquelas crianças que sobrevivem elas podem ter, sim, complicações.
"São crianças que não estão completamente formadas. Então faltou um período muito grande que elas deveriam ainda estar intraútero para formar coração, pulmão, vasos sanguíneos, todo o metabolismo dessas crianças não está preparado pra uma vida extrauterina", destaca.