
Nesta quarta-feira (29), Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido popularmente como “derrame”, especialistas reforçam a importância do diagnóstico rápido e do atendimento imediato para salvar vidas e reduzir as sequelas deixadas pela doença. No Brasil, o AVC é responsável pela morte de uma pessoa a cada seis minutos, segundo estimativas médicas.
O AVC ocorre quando há interrupção ou rompimento do fluxo de sangue no cérebro, provocando a morte de células nervosas. De acordo com neurologistas, cada minuto sem suprimento sanguíneo pode destruir até 2 milhões de neurônios, o que torna o atendimento rápido essencial para o sucesso do tratamento e recuperação do paciente.
Apesar da gravidade, o reconhecimento dos sintomas ainda é um desafio. Uma pesquisa da Associação Americana de AVC revelou que cerca de 30% das pessoas com menos de 35 anos não sabem identificar os sinais mais comuns, e a ocorrência da doença nessa faixa etária vem crescendo.
“O AVC tem inúmeras complicações. A principal complicação são as sequelas neurológicas, que a pessoa pode ter dificuldade para falar, dificuldade para enxergar, dificuldade para mexer os braços, dificuldade para andar, o que então vai gerar uma incapacidade dessa pessoa de conseguir conviver com seus familiares, de voltar ao trabalho, enfim, com um prejuízo enorme para a sociedade. Inclusive o AVC pode levar à morte. É uma doença muito grave”, informou o médico neurologista Fabrício Lima.
Os profissionais de saúde usam o mnemônico SAMU para ajudar na identificação rápida dos sintomas:
Outros sinais de alerta incluem dor de cabeça súbita e intensa, perda de equilíbrio e alterações na visão.
“Uma vez identificados esses sintomas, a possibilidade de AVC existe, ligar SAMU 192. Então vão haver as orientações de procurar uma unidade de saúde o mais breve possível e uma unidade de saúde que seja capaz de realizar o tratamento para o AVC na fase aguda, porque com isso você reduz muito a chance de ter sequelas, podendo inclusive sair sem sequelas ou com sequelas mínimas, ou seja, com vida normal”, explica o especialista.
As principais complicações do AVC são as sequelas neurológicas, como dificuldades para falar, andar, enxergar ou movimentar partes do corpo. Em muitos casos, essas limitações impedem o retorno ao trabalho e afetam profundamente a qualidade de vida do paciente e de sua família.
Embora mais comum em pessoas com mais de 45 anos, o AVC também pode atingir jovens e até crianças. O aumento de casos em adultos jovens preocupa especialistas, pois afeta uma faixa etária economicamente ativa. O controle de fatores de risco, como hipertensão, diabetes, obesidade, colesterol alto e sedentarismo, é essencial para prevenir o problema.
“O AVC, apesar de ser mais comum em pessoas mais velhas, notadamente aquelas pessoas acima dos 45, 50 anos, mas é uma doença que afeta qualquer faixa etária, inclusive crianças. Então, um dado também muito preocupante é que na faixa etária mais jovem, a incidência do AVC vem aumentando. Isso é muito preocupante, porque vai gerar sequelas exatamente em uma fase da vida onde você é mais produtivo, que você tem toda a capacidade para o trabalho, de construir família. Então é fundamental controlar os fatores de risco que já começam nessa fase de vida. E caso existam fatores como hipertensão, diabetes, obesidade, inatividade física, é fundamental que sejam tratados”, informou o médico neurologista.
Ao perceber qualquer sinal de AVC, é fundamental ligar para o SAMU (192) ou levar o paciente imediatamente a um hospital com estrutura para atendimento neurológico de emergência. O início rápido do tratamento pode determinar se a pessoa terá sequelas leves ou graves — ou se conseguirá se recuperar completamente.