10% dos municípios brasileiros devem atrasar o pagamento da segunda parcela do 13° salário

Mais de 28,6% dos municípios afirmaram que podem ter atrasado o pagamento da primeira parcela do 13º salário aos funcionários, que deveria ocorrer até esta quinta-feira (dia 30). E cerca de 10% das prefeituras apontam que devem, também, atrasar a quitação do benefício aos servidores, que encerra em 20 de dezembro. O dado representa 1.246 administrações municipais que participaram da pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), responsável pelo levantamento.

O estudo elaborado pela entidade 80% do total de 5.568 municípios do país, entre outubro e novembro. Além do pagamento do benefício, a pesquisa identificou que 27,2% das prefeituras acreditam que encerrarão o ano no vermelho.

No Ceará, 13 gestões informaram que vão atrasar. Cerca de 21 prefeituras informaram que a remuneração será concedida por meio de parcela única, enquanto outros 79 farão de forma parcelada. Os nomes das cidades que devem atrasar não foram divulgados pela pesquisa. 

Ao serem perguntados sobre as expectativas para o próximo ano, 47,6% das prefeituras têm expectativas de melhoria nas finanças. Por outro lado, 46,7% informaram que não acreditam em um cenário positivo. A pesquisa da Confederação identificou ainda que 2,7%, ou seja, em 119 prefeituras a folha de pagamento não está em dia. Em 96% dos 4.278 municípios, entretanto o pagamento está em dia.

Os dados da pesquisa reforçam o cenário de dificuldades pelo qual passam os municípios, especialmente os do Nordeste e do Norte, diz Paulo Ziulkoski, presidente da CNM. Os números mostram que é urgente um debate federativo para que sejam adotadas medidas estruturantes, diagnostica. Segundo ele, é preciso tirar do papel a autonomia municipal e fazer valer o que está estabelecido na Constituição Federal.

De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais, os municípios têm mais de 6,2 milhões de servidores municipais, dentre ativos, inativos e aposentados. O impacto financeiro apenas do 13° salário ao funcionalismo é de R$ 25,667 bilhões, montante que deverá aquecer a economia no final do ano.