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Djidja Cardoso: o que se sabe e o que falta saber sobre a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido

Morte ocorreu na última terça-feira (28). Desde então, o que se revelou foi a existência de um grupo religioso encabeçado por Djidja, junto com a mãe e o irmão, onde o uso da droga cetamina era estimulado

Josyvânia Monteiro
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: G1
03/06/2024 às 14h58
Djidja Cardoso: o que se sabe e o que falta saber sobre a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido
Foto: Reprodução/ Da esquerda para direita: Djidja, Cleudimar, Ademar

Djidja Cardoso (32 anos), empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, foi encontrada morta na última terça-feira (28), dentro da própria casa, em Manaus. Entre 2016 e 2020, encantou os torcedores do Garantido ao representar a sinhazinha da fazenda, personagem filha do dono da fazenda, que representa a história branca dentro do auto do boi no Festival Folclórico de Parintins. Após se aposentar como sinhazinha, passou a trabalhar ao lado da mãe e do irmão no comando de uma rede de salão de beleza no Amazonas.

Quais as circunstâncias da morte?

Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro da própria residência, onde morava com a mãe e o irmão. Segundo uma fonte próxima à família, que não quis se identificar, parentes tentavam contato com ela por telefone e não conseguiam, então resolveram ir à casa da família. Ao entrar no imóvel, por volta das 6h (horário de Brasília), encontraram o corpo sobre a cama.

De acordo com a polícia, a suspeita é que a morte da ex-sinhazinha tenha sido causada por overdose de cetamina, pois o corpo dela foi encontrado pelos policiais com sinais de uso excessivo da substância. A Polícia Civil aguarda o resultado do exame de necropsia realizado pelo Instituto Médico Legal (IML).

Por que mãe, irmão e funcionários foram presos?

Dois dias após a morte, a Polícia Civil do Amazonas deflagrou a Operação Mandrágora, que resultou na prisão de Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, além de Verônica Seixas, Claudiele da Silva e Marlisson Vasconcelos, todos funcionários da família. De acordo com as autoridades, os presos eram responsáveis por fornecer e utilizar de maneira indiscriminada a droga cetamina, em rituais religiosos.

O grupo passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida. Eles vão responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, por colocar em risco a saúde ou a vida de terceiros, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto induzido sem o consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal.

Como funciona o grupo religioso da família?

Segundo a polícia, os cinco presos são apontados como integrantes de um grupo religioso denominado “Pai, Mãe, Vida”, que induzia os seguidores a acreditar que, com a utilização da droga cetamina, seria possível transcender para outra dimensão e alcançar a salvação espiritual.

Os líderes seriam Ademar, Cleudimar e a própria Djidja. Eles acreditavam que Ademar é a representação de Jesus Cristo, Cleudimar seria Maria, enquanto Djidja era vista como a personificação de Maria Madalena.

Os rituais do grupo aconteciam dentro dos salões de beleza da família e na casa onde viviam. Verônica, Claudiele e Marlisson seriam os responsáveis por fornecer a droga ao grupo e captar novos membros.

A Polícia Civil informou que o grupo já vinha sendo investigado há pelo menos 40 dias antes da morte de Djidja.