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Milhares de pessoas protestam contra projeto de lei que endurece penas por aborto

O PL impõe penas de até 20 anos para quem interromper gravidezes de mais de 22 semanas, o dobro que um estuprador pode cumprir

14/06/2024 às 14h00 Atualizada em 14/06/2024 às 14h26
Por: Raflézia Sousa Fonte: O POVO
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MAURO PIMENTEL / AFP
MAURO PIMENTEL / AFP

Milhares de pessoas manifestaram-se na última quinta-feira, 13, em várias cidades brasileiras contra o Projeto de Lei 1904, que teve urgência aprovada na Câmara dos Deputados na quarta-feira,12, e que equipara aborto a homicídio. O PL impõe penas de até 20 anos para quem interromper gravidezes de mais de 22 semanas, mesmo em casos de estupro.

A pressão das bancadas conservadoras no Legislativo conseguiu fazer com que o texto passasse direto para o plenário da Câmara sem a necessidade de ser debatido nas comissões, o que acendeu o sinal de alerta dos grupos ligados aos direitos humanos.

Pena para aborto seria duas vezes maior que pena por estupro

Além de permitir a interrupção quando há risco de morte da gestante ou má-formação cerebral do feto. Fora essas exceções, praticar um aborto pode levar a penas de até quatro anos de prisão.

Mas a reforma impulsionada pela bancada evangélica qualifica como "homicídio" qualquer aborto que seja realizado depois das 22 semanas de gravidez, incluindo os que são para interromper uma gravidez mediante estupro. Com PL do aborto, instituições temem mais casos de gravidez em meninas

Depois desse limite, considera-se que a vida do feto é viável fora do útero. Nestes casos, a nova norma prevê uma pena de seis a 20 anos, o dobro que um estuprador pode cumprir. Dados oficiais apontam que a cada 15 minutos uma menor de até 13 anos é estuprada no Brasil. Além disso, cerca de 20.000 menores de 14 anos se tornam mães anualmente no país.

Ainda não há data para a votação do projeto na Câmara dos Deputados. Os manifestantes também foram às ruas em São Paulo, Brasília e Florianópolis, segundo imagens das redes sociais e da imprensa.

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