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Dentista é acusado de assédio sexual e de deformar rostos de pacientes

Fernando Lucas Rodrigues Alves foi suspenso pelo CRO-MG e é investigado pela Polícia Civil por violação sexual e possíveis erros durante cirurgias estéticas

22/07/2024 às 09h19
Por: Raflézia Sousa Fonte: O POVO
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Divulgação
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Após denúncias feitas por pacientes, o Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) suspendeu por 30 dias a licença profissional do cirurgião-dentista Fernando Lucas Rodrigues Alves, por supostos erros cometidos em procedimentos estéticos realizados em uma clínica no bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte. Uma mulher de 63 anos morreu. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

O dentista também é suspeito de assediar sexualmente mulheres dentro do consultório. Entre as denúncias há relatos de pedidos para que as pacientes tirassem as roupas e beijo na boca sem consentimento. Ele tem 30 dias para se defender no processo que tramita em sigilo.

Quais são as acusações até o momento?

Aproximadamente seis pacientes denunciaram o dentista à Polícia Civil. Segundo advogado que as representam, Carlos Felipe Veloso, em entrevista ao G1, mais de 20 vítimas foram identificadas e devem prestar queixa. Há algumas mulheres fazendo tratamento para diminuir as lesões sofridas. As queixas são de traumas, cicatrizes, deformidades no rosto e pescoço e até mesmo um caso de óbito após a realização de tratamentos com o profissional.

Também há denúncia por assédio sexual. Uma das pacientes, de 56 anos, por meio de boletim de ocorrência, revelou que em uma das consultas Fernando pediu que ela tirasse toda a roupa antes da operação, incluindo as peças íntimas, e vestisse um avental hospitalar que não possuía botões. Ela afirma ter questionado o pedido a uma enfermeira que a explicou ser uma exigência do dentista. Ao se despedirem, ele a teria surpreendido com um beijo na boca.

Neste ano, no dia 10 de abril, uma mulher de 63 anos fez um procedimento com o profissional. Uma amiga a buscou no fim da tarde e percebeu que ela estava com um sangramento no rosto, além de dificuldade para andar, vômito e incontinência urinária. Ele a orientou a ir para casa e durante a noite a amiga percebeu que ela estava sem sinais vitais, chamando assim o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A mulher ficou internada em coma e morreu dois dias depois. A família relatou que foi procurada pelo dentista e que ele afirmou não ser um caso grave e que a morte foi pelo fato da vítima ter apneia do sono.

No ano passado, em agosto, uma paciente de 55 anos denunciou o profissional por um procedimento cirúrgico feito contra a vontade dela. Ela confessou que foi à clínica para fechar o contrato de uma ritidoplastia. Antes da assinatura, o dentista teria oferecido um medicamento, sem ela saber que era um sedativo, e realizou o procedimento sem a autorização dela. A vítima disse que acordou e implorou para que ele parasse, mas não foi ouvida. A operação deixou uma cicatriz em sua face.

O que diz a defesa do dentista?

Em nota, o cirurgião-dentista afirmou que procedimentos cirúrgicos podem ter complicações, mas que tudo é comunicado de forma prévia ao paciente. Ele também garantiu que prestou assistência às pacientes no pós-operatório.

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