Entretanto, ainda não há uma fiscalização policial expressiva nas áreas onde são realizadas os esportes de aventura. Apenas o Ibama promove a fiscalização ambiental das áreas onde é realizada a modalidade esportiva. Recentemente, dois grupos de pessoas que realizavam trilhas ecológicas na Serra da Aratanha, em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, foram assaltados. Para os aventureiros, o mapa da trilhas no Ceará percorre, principalmente, as cidades de Quixadá, Guaramiranga, Ubajara, Tianguá, e a Chapada do Araripe, no Cariri, onde essas atividades são mais frequentes. Ao todo, podem ser listados mais de dez destinos com atrativos. Em Áreas de Proteção Ambiental (APA), como na Chapada do Araripe, cada participante deve assinar um termo de responsabilidade antes de iniciar a trilha, contendo todos os direitos e deveres. A segurança depende do condicionamento físico da turma. Os percursos são traçados de acordo com o perfil de resistência dos aventureiros. Todas as características do percurso, como a quantidade de quilômetros a serem percorridos e os atrativos são repassados ao praticante antes do início da atividade. Geralmente, quem procura esse tipo de esporte tem disposição, respeito e consciência ambiental apurados. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como capacetes, cadeirinhas, freio 8 e mosquetão só são utilizados em esportes verticais, do tipo rapel, escalada ou arvorismo. Para essas práticas, cada aventureiro pode contratar uma empresa de esportes verticais que acompanham as atividades. Na região do Cariri, existe apenas a Iguanna Esportes e Aventura, especializada no turismo de aventura e divulgação da região como polo de potencial para o turismo de aventura de excelência. No Cariri, a Chapada do Araripe oferece diversos roteiros para quem gosta de atividades emocionantes. Em vários locais as trilhas podem ser de até 100 quilômetros percorridos pela sombra. A atividade de maior adesão na região são as trilhas de bike, onde as provas, para os aventureiros que chegam de todo o Brasil, podem variar de seis a 12 horas, em circuitos. Os aventureiros também podem aderir ao turismo de contemplação, principalmente, para a observação de pássaros, como o Soldadinho-do-Araripe, ave endêmica do Ceará e em risco de extinção. No Cariri, as práticas que envolvem atividades ecológicas em Áreas de Proteção Ambiental (APA) são monitoradas pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICM-Bio). Em cada trilha, um guarda florestal acompanha as equipes de aventureiros. Antes de entrar nas trilhas, os grupos de pessoas precisam obter uma autorização.
Formação: O crescimento do turismo de aventura tem chamado a atenção dos órgãos ligados ao meio ambiente. Agora, o Estado investe em capacitação de pessoas com formação nas áreas ambiental e de turismo. No Cariri, a primeira turma de guias de turismo está sendo concluída no próximo mês. A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) irá emitir a certificação de reconhecimento dos guias regionais e nacionais para os participantes do curso. Os novos guias irão orientar as atividades ecológicas nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Nova Olinda, e Santana do Cariri, Municípios de polos turísticos. Em Quixadá, o atrativo é o voo livre. As altas temperaturas favorecem as térmicas, tipo de vento ideal para o esporte. Foi nessa cidade que o recorde mundial de maior tempo de voo foi quebrado. Já em Guamiranga, a serra tem características de temperaturas frias. A cidade conta com um parque ecológico, onde podem ser praticados vários tipos de atividades esportivas. O Pico Alto, ponto de maior altitude da região, é um desafio para quem gosta de admirar as belas paisagens cearenses. Já Ubajara, a gruta é o lugar de maior visitação dos caminhantes. Em Tianguá, há várias cachoeiras que, geralmente, ao final das trilhas, fazem a diversão dos aventureiros.
Diário do Nordeste