Após a bandeira vermelha patamar 2 ser implementada nas contas de energia em todo o Brasil em setembro, outros setores se preparam para subir o preço de seus produtos repassados ao consumidor final.
Um dos principais impactos deve ser na produção de alimentos. Odálio Girão, analista de mercado das Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), afirma que o principal impactado deve ser o setor de grãos, devido ao seu uso contínuo de energia em sua produção. Além disso, ele afirma que milho, soja, arroz e feijão são produtos que precisam de muita irrigação, consequentemente sendo necessário o uso de energia. Portanto, “esses produtos vão sentir o impacto quase de imediato, já no final deste mês”.
Girão comenta que o mercado absorve muito bem a produção no segundo semestre, havendo uma boa produção, porém, os custos operacionais devem afetar diretamente o produtor e, consequentemente, o consumidor.
Já no setor de fruticultura será impactado no processo de embalamento. Segundo o analista, os locais desse processo, onde o produto recebe o beneficiamento, classificação e embalagem, possui uma grande influência nos preços, visto que precisa de muita energia em seu procedimento. “E quanto mais esse recurso for exigido, mais custo deverá ser repassado ao consumidor final”, diz Girão.
Além disso, o aumento nas contas de luz deve impactar na soja, que é o alimento base de grande parte da pecuária brasileira, como bovinos, suínos e aves. Consequentemente, se espera que, a partir de outubro, as proteínas animais que compõem a alimentação dos brasileiros devem ficar mais mais caras.