Dois policiais militares que cometeram uma abordagem desastrosa, que culminou em dois jovens e uma criança baleados na cidade de Hidrolândia em julho de 2021, foram condenados pela Justiça Militar por três crimes de lesão corporal grave.
Para o juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho, os soldados José Ferreira da Silva Filho e Jonas Ferreira Soares não agiram com dolo, ou seja, não tiveram a intenção de ferir as vítimas. Para cada um deles, a pena é de dois anos e oito meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime aberto.
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Não foi decretada a perda do cargo, já que o magistrado entendeu "desnecessário, diante das circunstâncias dos fatos e da primariedade dos réus, facultando ao Ministério Público a representação para tal fim".
A denúncia do Ministério Público apontou que as lesões foram gravíssimas. As três vítimas tinham, na época do fato, 21, 22 (que ficou com uma bala alojada na coluna) e 10 anos (fraturou a mandíbula e foi atingido por uma bala, no pescoço). Dentro do carro também estava uma mulher grávida.
O veículo foi atingido com sete tiros. O fato aconteceu no bairro Nova Hidrolândia, por trás de uma emissora de rádio. As pessoas estavam brincando com bombinhas, quando foram surpreendidos pelos policiais, que pensavam tratar-se de estampidos de arma e ao cruzarem com a viatura, houve os disparos. Os PMs alegaram que "deram ordem de parada aos supostos atiradores", o que não teria sido atendido.