O uso do ChatGPT como ferramenta de "terapia" tem ganhado popularidade nas redes sociais. O Brasil está em quarto lugar no ranking dos países que mais usam o ChatGPT, atrás apenas dos Estados Unidos, Índia e Indonésia — segundo pesquisa feita pela empresa de marketing digital Semrush, divulgada neste ano.
Usuários relatam experiências positivas, como a influenciadora brasileira Sarah Costa, que utiliza a IA para sessões de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Já a criadora Taylor Mazza, afirmou que busca no chatbot conselhos e suporte emocional desde 2023. Ambas afirmam que a tecnologia oferece respostas práticas e conforto imediato.
Mazza afirma que a IA fornece “opções para navegar em situações desconfortáveis” além de “palavras exatas para usar durante conflitos". "Nas sessões de terapia [com humanos], você vai por cerca de uma hora, uma vez por semana, mas o ChatGPT é como meu melhor amigo para quando preciso de orientação ou incentivo", alega.
Especialistas, porém, alertam para os riscos dessa prática. Psicólogos destacam que a interação com IA não substitui a complexidade e a profundidade da psicoterapia tradicional, que depende da conexão humana e da compreensão emocional.
Estudos indicam que o uso exclusivo de chatbots pode levar a frustrações e limitar o progresso de quem busca apoio psicológico. Além disso, a falta de regulamentação específica para o uso de inteligência artificial em saúde mental preocupa.
Dados sensíveis podem ser expostos, e respostas inadequadas podem causar danos. A OMS e outras entidades internacionais têm discutido diretrizes éticas, mas a aplicação prática ainda é limitada.
Embora o acesso a terapias convencionais seja um desafio para muitos, especialistas reforçam que o apoio psicológico fundamentado em evidências científicas e profissionais qualificados é essencial para um cuidado efetivo e seguro.