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O legado do 8 de janeiro - quem não aprende com o passado projeta um futuro repetido

Confira a coluna do jornalista Reginaldo Silva

Reginaldo Silva
Por: Reginaldo Silva
08/01/2025 às 22h18 Atualizada em 08/01/2025 às 22h25
O legado do 8 de janeiro - quem não aprende com o passado projeta um futuro repetido
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Brasil testemunhou um episódio lamentável há dois anos: a invasão das sedes dos Três Poderes da República por manifestantes disfarçados de falsos patriotas. Inconformados com o resultado legítimo das eleições presidenciais de 2022, esses indivíduos, sob o pretexto de libertadores da Pátria, promoveram um ataque sem precedentes contra a democracia.

O vandalismo orquestrado por extremistas foi impulsionado pela retórica inflamável do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujas declarações ambíguas e insinuações de fraude eleitoral alimentaram a ilusão de que um golpe de Estado era possível. A maioria dos manifestantes acreditavam, equivocadamente, que suas ações poderiam resultar na reversão do processo democrático e na retomada do poder pela força.

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O dia 8 de janeiro de 2023 não pode ser esquecido. Independentemente de ideologias ou governos de turno, sejam eles de direita, esquerda ou centro, a defesa intransigente da democracia deve prevalecer. A soberania popular e o Estado de Direito são valores inegociáveis que transcendem lideranças e ciclos eleitorais. Qualquer tentativa de usurpação do poder, ainda que sob o disfarce de legalidade, deve ser repudiada e combatida com firmeza.

A história exige que fatos dessa magnitude sejam registrados com precisão para servir de alerta às gerações futuras. É fundamental que todo cidadão compreenda as lições desse episódio e os perigos de permitir que discursos de ódio e antidemocráticos ganhem força. Como diria o historiador Gilberto Cotrim quem não aprende com o passado erra duas vezes e projeta um futuro repetido.

Todos os envolvidos nos atos de vandalismo e nas tentativas de subverter a ordem constitucional devem ser responsabilizados conforme os ditames da lei, sem revanchismo, mas com o devido rigor. O respeito às regras do jogo democrático, ainda que imperfeito, é a única maneira de garantir a estabilidade de um país plural e diverso como o Brasil.

O 8 de janeiro deve ser lembrado como um alerta e um compromisso coletivo com a democracia. A alternância de poder é um dos pilares que sustentam o sistema democrático, e respeitar os resultados das urnas é uma obrigação cidadã. A democracia, embora imperfeita, segue sendo o melhor modelo de governo que temos. Que essa data seja um marco de aprendizado, para que o Brasil jamais volte a viver sob a ameaça de ações tão deploráveis.