Quarenta e três alunos de uma escola estadual em Laranja da Terra, na Região Serrana do Espírito Santo, precisaram de atendimento médico após uma atividade prática em sala de aula em que uma mesma agulha foi utilizada para a coleta de sangue de todos os estudantes. O caso aconteceu na última sexta-feira (14) e gerou grande preocupação entre os pais e a comunidade escolar.
Os alunos fazem parte de turmas da 2ª e 3ª séries do Ensino Médio e têm entre 16 e 17 anos. Segundo relatos dos pais, os estudantes participaram de uma aula de Práticas Experimentais em Ciências quando a coleta foi realizada para demonstrar como identificar o tipo sanguíneo.
Após tomarem conhecimento do ocorrido, os pais acionaram a escola e as autoridades, preocupados com o risco de contaminação por doenças infecciosas. O professor responsável pela atividade foi demitido, e o caso foi encaminhado à corregedoria da Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
A Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra foi acionada e encaminhou um médico plantonista e a equipe da Vigilância Epidemiológica do município para iniciar o protocolo de testagem. No total, 44 atendimentos foram realizados, incluindo os 43 alunos e o professor envolvido.
Os primeiros exames diagnósticos para doenças infecciosas, como HIV e hepatites B e C, apresentaram resultado negativo. No entanto, conforme o protocolo médico, os estudantes continuarão sob monitoramento, com exames de acompanhamento programados para 30, 60 e 90 dias.
De acordo com a médica infectologista Ana Carolina D’Ettores, o compartilhamento de agulhas é um comportamento de alto risco e pode resultar na transmissão de doenças graves, como HIV, hepatite B e hepatite C, além de infecções bacterianas.
“O recomendado é que uma agulha nunca seja reutilizada, nem no próprio paciente. Qualquer material perfurocortante deve ser descartado imediatamente após o uso, seguindo os protocolos de segurança para evitar contaminações”, explicou a especialista.