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Ciro e Tasso miram fusão entre PSDB e Podemos em busca de unidade na oposição, mas cenário é nebuloso

Confira a coluna do jornalista Reginaldo Silva

Reginaldo Silva
Por: Reginaldo Silva
08/05/2025 às 21h41 Atualizada em 08/05/2025 às 22h55
Ciro e Tasso miram fusão entre PSDB e Podemos em busca de unidade na oposição, mas cenário é nebuloso

O silêncio recente do ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes tinha um objetivo: articulações nos bastidores da política cearense. Com a queda de Lupi do Ministério da Previdência, Ciro esperava o rompimento total do PDT com a base do presidente Lula. A ruptura não veio, e daí a frase: “Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável”, esbravejou Ciro ao quebrar o silêncio.

O ex-presidenciável percebeu que já não é voz majoritária no partido brizolista e sua liderança mais forte na legenda, Carlos Lupi, vive um momento de fragilidade, mais preocupado em se defender do que assumir bandeira de oposição ao presidente Lula na agremiação.

Com o discurso montado de “Salvar o Ceará” e musculatura política nacional, Ciro Gomes deu ânimo ao bloco de oposição, ao declarar que uma possível montagem de chapa no campo oposicionista seria “relativamente simples”.

A verdade é que esse caminho ainda é nebuloso, com inúmeras variantes e abundantes probabilidades. Explico: Ciro e Tasso miram a fusão do Podemos com o PSDB, em busca de uma unidade das oposições no Ceará, embora avançada no campo político, essa fusão ainda enfrenta muitas questões jurídicas a serem resolvidas.

O PSDB ainda está federado com o Cidadania. Neste caso específico, a legislação autoriza uma nova fusão com uma legenda que já está federada? É um ponto que precisa ser analisado, e quanto aos prazos: daria tempo para novas filiações até 6 de abril? Ainda há muitos entraves a resolver no campo jurídico.

No campo político, a nossa coluna apurou que as chances de o partido ficar com Tasso são maiores devido ao histórico do ex-senador e sua força junto à cúpula tucana. Resolvidos os ritos jurídicos e políticos, Ciro e Tasso poderiam se unir na mesma legenda e, quiçá, lançar o nome de Ciro ao Governo do Estado.

Tudo ainda é incipiente, mas, está dentro do campo das possibilidades, embora ainda existam barreiras a serem superadas. Após o café de Ciro com a oposição na Assembleia Legislativa, também não se viram manifestações de afago ou carinho por parte das maiores lideranças oposicionistas do estado. André Fernandes e Capitão Wagner não dedicaram uma única linha de atenção ao fato político.

O PL de André Fernandes já manifestou interesse em uma das vagas para o Senado, mas, não descarta a postulação de uma candidatura ao governo, isto vai depender do campo nacional e do andamento das exigências do clã Bolsonaro.

Por outro lado, Capitão Wagner tem deixado em aberto suas pretensões políticas, podendo atuar em diferentes posições neste campo. Outro nome que aparece neste cenário é o de Moses Rodrigues, portanto, a União Brasil também tem seus postulantes.

Ciro tenta se aproximar para buscar essa unidade, contudo, como se percebe, o caminho é longo e nebuloso e essa montagem não é “relativamente simples”, como ele imagina.

Ninguém quer abrir mão de patrimônio político. Os riscos de rupturas são grandes. E o final da história, todos conhecem: resta apenas o muro das lamentações.”