O vereador Renan Martins (Republicanos), suspeito de matar duas jovens de 16 e 13 anos de idade em um acidente de carro, renunciou nesta segunda-feira (11) ao seu mandato na Câmara Municipal de Paraipaba, mais de quatro meses após a colisão. O político estava de licença e voltou ao trabalho na semana passada. Agora, ele apresentou a renúncia alegando motivos pessoais.
As duas vítimas, Isabelle Oliveira e Yasmin Oliveira, eram primas e morreram em uma colisão entre a motocicleta em que elas estavam e o carro do vereador Renan Barroso Cavalcante, conhecido na cidade como Renan Martins. O acidente aconteceu no dia 26 de janeiro na CE-162, no município a 103 quilômetros de distância de Fortaleza. Após a batida, ele deixou o local sem prestar socorro.
Depois do incidente, Renan se licenciou do mandato por 90 dias. Em março, a Câmara abriu um processo de cassação contra o parlamentar, que só voltou à Câmara na última quinta-feira, dia 5 de junho. Na sessão de retorno, ele foi recebido por um protesto de moradores e estudantes, que levaram cartazes ao plenário pedindo justiça pela morte das jovens.
No domingo (8), após o protesto, a defesa de Renan Martins enviou à TV Verdes Mares uma nota de esclarecimento afirmando que ele deixou o local do acidente porque, ao perceber a morte das jovens, ficou com medo de ser ferido pelos familiares da vítima. O texto ainda disse que o protesto não foi uma manifestação popular, mas de familiares das vítimas "exibindo-se em busca de notoriedade".
Na última segunda-feira (9), após a polêmica, ele assinou o pedido de renúncia e o encaminhou para a presidência da Câmara, que recebeu o documento nesta quarta. "Informo ainda que as razões que me levaram a tomar esta decisão são de cunho estritamente pessoal e por motivos de saúde, minha e de minha família", escreveu Renan no texto.
A Câmara Municipal de Paraipaba publicou uma nota nas redes sociais informando que a renúncia de Renan já foi recebida pela Casa e que os "trâmites necessários já estão sendo realizados para a nomeação do vereador suplente, que assumirá o cargo em definitivo".