O Ceará ocupa hoje a 7ª posição no ranking nacional de produção de ovos de galinha, atendendo totalmente à demanda interna e exportando entre 10% e 20% do que é produzido para outros estados. A atividade se concentra, principalmente, na Região Metropolitana de Fortaleza, em Ubajara e Quixadá — áreas próximas ao consumidor final, o que facilita o escoamento da produção. Um dos principais destaques no setor é a avicultura caipira, que vem crescendo como um nicho promissor e valorizado, especialmente por consumidores que buscam ovos de galinhas criadas fora de gaiolas, com bem-estar animal.
“A população tem consumido cada vez mais ovos. Esse nicho, que é a avicultura caipira, é uma crescente na Europa, no Brasil. As famílias estão buscando cada vez mais adquirir ovos de animais livres de gaiola, que tenham o bem-estar como uma premissa na criação. Então, o mercado é muito promissor e é de nicho”, explica André Siqueira, diretor do Sindialimentos/CE. Para garantir ovos de qualidade, o manejo correto da galinha poedeira é fundamental.
“É fundamental que essa ave receba a alimentação correta a cada fase dela. Então pra você ter ideia, nós temos a pré-inicial, inicial, crescimento 1, crescimento 2, pré-postura, isso tudo antes de começar a pôr. Depois que começa a pôr ainda tem mais três tipos de ração postura que essas aves vão ser alimentadas”, detalha a veterinária Luana Oliveira, que ainda lembra: “Uma galinha como essa toma 12 vacinas ao longo da vida”.
Além disso, iniciativas em parceria com instituições como a Embrapa vêm criando estruturas modulares de pequeno porte para apoiar pequenos produtores. Esses espaços permitem o processamento adequado dos ovos com inspeção sanitária, viabilizando a venda legal no mercado. Para comercializar os produtos, o produtor precisa estar cadastrado na Adagri e contar com selo de inspeção estadual ou do Ministério da Agricultura.
“Sempre que os produtores vêm aqui, eles conseguem visualizar melhor a criação, os detalhes dos equipamentos, da ninheira, do sistema de controle de luz, de uma forma mais prática”, afirma Luana, destacando um miniaviário modelo usado para capacitação. Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios — apenas 50% da demanda interna por carne de frango é atendida pela produção local. Mesmo assim, especialistas acreditam no potencial de crescimento sustentável da avicultura cearense, especialmente com foco em qualidade, sanidade e bem-estar animal.