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Ceará entra no inverno com redução de chuvas e variações de temperatura no interior

O inverno no hemisfério sul se estende de 20 de junho a 20 de setembro

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues Fonte: GCMais
25/06/2025 às 00h05
Ceará entra no inverno com redução de chuvas e variações de temperatura no interior
Foto: Reprodução

O mês de junho marca o início do inverno no Ceará e o encerramento da quadra chuvosa, período tradicionalmente mais úmido do ano. Ao contrário do que o senso comum costuma associar à estação, o inverno no Estado não é caracterizado por aumento das chuvas, mas sim por uma redução considerável nas precipitações, além de variações marcantes nas temperaturas, especialmente nas regiões mais afastadas do litoral.

Segundo Vinicius Oliveira, meteorologista e pesquisador da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), junho dá início ao que se convencionou chamar de “pós-estação” das chuvas. Embora possam ocorrer precipitações esparsas, como as registradas no último fim de semana em Fortaleza e outras áreas do Estado, elas são causadas por sistemas meteorológicos distintos dos observados na quadra chuvosa. Um desses fenômenos são os Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOLs), também conhecidos como Ondas de Leste. “Essas são chuvas de pós-estação. Não são tão frequentes quanto as da quadra chuvosa”, explica o meteorologista.

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O inverno no hemisfério sul se estende de 20 de junho a 20 de setembro. No Ceará, esse período compreende os meses com os menores volumes médios de precipitação do ano. Entre julho e novembro, os acumulados pluviométricos costumam ser significativamente baixos. Para se ter ideia, setembro apresenta média histórica de apenas 2,2 milímetros em todo o mês.

Apesar da redução nas chuvas, junho de 2025 tem mantido precipitações dentro da média histórica. Até esta segunda-feira (23), o Ceará acumulava 26,9 milímetros, ante os 37,2 mm esperados para o mês. A diferença de 27,8% é considerada dentro da margem de variação pela Funceme. Em algumas áreas, como nos municípios de Porteiras, no Cariri, o volume superou as expectativas. A cidade já registrou 76,8 milímetros, quatro vezes mais que a média histórica de junho, que é de 18 mm. A explicação, segundo a Funceme, está na influência de uma frente fria que alcançou a região Nordeste nos últimos dias.

As temperaturas também merecem atenção durante o inverno cearense. Regiões serranas e mais elevadas, como o Maciço de Baturité, a Ibiapaba e o Cariri, são historicamente as que registram os termômetros mais baixos do Estado. A proximidade do litoral, por sua vez, tende a suavizar as oscilações de temperatura. Já no interior, especialmente no Vale do Jaguaribe, a amplitude térmica é expressiva: temperaturas podem atingir os 36°C ou 37°C durante o dia e cair para 20°C à noite.

A maior variação já registrada no Ceará ocorreu em julho do ano passado. No dia 23, o município de Aiuaba, no sertão cearense, marcou a menor temperatura da história do Estado: 11,4°C. No mesmo período, a cidade também registrou temperaturas próximas a 37°C, revelando os contrastes climáticos que marcam o inverno na região.