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Professor encontra ex-aluna em cadastro de adoção e decide acolher adolescente, no Ceará

Hermesson Nunes e sua esposa Catarina Mesquita utilizaram a Busca Ativa para realizar a adoção.

Raflézia Sousa
Por: Raflézia Sousa Fonte: G1 Ceará
06/07/2025 às 09h30
Professor encontra ex-aluna em cadastro de adoção e decide acolher adolescente, no Ceará
Foto: Freepik

No Brasil, para realizar o processo de adoção é preciso passar pelo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). E foi na plataforma que o professor cearense Hermesson Nunes encontrou uma adolescente de 14 anos que “não acreditava mais que seria adotada”.

Ela tinha o mesmo nome, a mesma idade e as mesmas informações que uma ex-estudante da escola onde ele leciona, em Fortaleza. Não era coincidência. Hermesson encontrou uma ex-aluna sua no cadastro e decidiu acolher a menina.

"O coração bateu forte só de pensar nessa possibilidade de ser ela. Eu já conversava bastante sobre adoção com minha esposa em 2023. Em 2024, a gente foi atrás. Fomos ao fórum, fizemos os cursos e tivemos a sentença do juiz de que poderíamos estar na fila. Poucas semanas depois, encontrei o nome dela", contou ao g1 o professor.

Os dois já vinham se aproximando mesmo antes de se tornarem pai e filha. Hermesson foi professor da menina durante seis meses no ano passado na disciplina de Robótica. Pelo comportamento que ela apresentava, ele imaginava que algo não estava certo. Levou um tempo, no entanto, para que ela pudesse se abrir:

"Por algumas vezes eu a via não querendo muito participar, dormia muito durante as aulas. Eu entendia que alguma coisa estava acontecendo, mas não sabia o que era. Algumas vezes eu tentei conversar com ela a respeito disso e ela não verbalizava o que estava sentindo. Mas ela era diferente das demais crianças que eu ensinava. Ela tinha algo diferente. Uma espécie de energia diferente das outras crianças'.

Hermesson e sua esposa Catarina Mesquita, também professora, decidiram falar com uma assistente social para iniciar o processo. Eles já buscavam adotar há um tempo. Catarina não queria ter filhos de maneira biológica, então o casal viu na adoção uma solução acertada.

Não havia dúvidas de que a ex-aluna passaria a ser chamada de filha, mas até a adoção tomar forma, todos os envolvidos passaram por um acompanhamento:

"O meu principal receio de adotar uma ex-aluna era que ela nunca me enxergasse como um pai, que eu fosse sempre o 'tio da Robótica', o 'professor'. Mas com a ajuda da equipe técnica do lar, quando a gente estava fazendo as visitas de aproximação, deixamos clara essa separação."