19°C 34°C
Santa Quitéria, CE
Publicidade

‘PatrãoNet’: chefe do CV que ordenava quais empresas de internet seriam atacadas é preso

Subiu para 79 o número de suspeitos envolvidos direta ou indiretamente com ataques a empresas

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues Fonte: O POVO
17/07/2025 às 23h04
‘PatrãoNet’: chefe do CV que ordenava quais empresas de internet seriam atacadas é preso
Foto: Divulgação/Polícia Civil do Ceará

Um homem apontado como chefe do Comando Vermelho (CV) no bairro Pirambu, identificado como Alan Costa Sena, vulgo “PatrãoNet”, 31, foi preso suspeito de ser responsável por ataques a empresas provedoras de internet no Grande Pirambu, em Fortaleza.

O suspeito foi capturado, na quarta-feira passada, 16, dentro de um triplex no bairro Cristo Redentor, durante mais uma fase da operação “Strike”, da Polícia Civil do Ceará (PC-CE). A ações buscam prender pessoas envolvidas nos ataques às provedoras no Estado, que vem registrando ocorrências desde janeiro deste ano.

Com as novas prisões, subiu para 79 o número de suspeitos envolvidos direta ou indiretamente nos crimes a partir da operação da Polícia Civil. A nova fase da investigação revelou que o chefe da facção determinava qual era a empresa seria ou não atacada na região.

Conforme o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco),  delegado Thiago Salgado, o homem é apontado como o principal elo de comunicação entre as lideranças da facção que estão escondidas em comunidades do Rio de Janeiro.

Ainda segundo o delegado, a função do suspeito preso era determinar quais provedores poderiam operar, quais teriam seus equipamentos danificados e em que horários, eliminando a concorrência para beneficiar empresas ligadas ao crime organizado.

De acordo com as investigações, a facção atuava para eliminar a livre concorrência entre provedores de internet nos bairros sob seu domínio. Entre os exemplos, o grupo, sob comando do suspeito e a partir de ordens dos chefes do CV no Rio, determinava que apenas uma empresa, alinhada ao crime organizado, poderia operar.

“Se um bairro tinha dez provedores, no dia seguinte só um continuava funcionando. Os demais tinham seus equipamentos destruídos. Com isso, o provedor ligado à facção passava a concentrar toda a clientela, multiplicando seus lucros com a oferta de um serviço essencial”, afirmou o delegado Thiago Salgado.

Na investigação, foi revelado que as empresas fechadas com o esquema criminoso tinham que procurar o suspeito para fazer os pagamentos e demais assuntos sobre o esquema. O chefe da facção também cobrava as empresas diretamente para atuar na região, caso não tivesse pagamento, os materiais eram apreendidos pelo grupo criminoso ou destruídos.

A operação já resultou em 79 prisões, incluindo 12 proprietários de empresas de internet que colaboravam com organizações criminosas para monopolizar o serviço em certas áreas. Os 12 representantes de provedores de internet foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).