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Atualização do Pix deve incorporar a função crédito a partir do mês de setembro

O crédito via Pix já é oferecido por alguns bancos, mas o BC deve padronizar as regras e a experiência do usuário no processo do parcelamento.

Rita de Cássia
Por: Rita de Cássia Fonte: Ceará Agora
18/07/2025 às 10h42
Atualização do Pix deve incorporar a função crédito a partir do mês de setembro
Foto: Reprodução

O Pix — que está na mira do governo americano — já tem data para lançar mais uma novidade: a função crédito. Está prevista para setembro deste ano a criação do serviço que vai permitir o parcelamento de uma transação Pix pelo pagador, com o recebimento imediato do valor pelo vendedor, o que hoje não acontece nas operações com os cartões.

Na investigação aberta contra o Brasil para apurar práticas “desleais” de comércio, o Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), alega, sem citar diretamente o Pix, que o modelo brasileiro de pagamento pode impactar os negócios de empresas americanas.

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“O Brasil parece adotar uma série de práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer os serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo“, diz o documento.

Gratuito e instantâneo, o Pix já é o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros. O número de transferência por mês já supera 6 bilhões, que movimentam cerca de R$ 2,8 trilhões. O sistema, criado pelo Banco Central em novembro de 2020, mudou drasticamente a estrutura de pagamentos no Brasil.

Primeiro ano

Logo no primeiro ano de funcionamento, o Pix desbancou outros tipos de transferências, como TED e DOC, em número de transações, e a quantidade de saques em dinheiro vivo. No fim de 2023, por sua vez, foi a vez dos cartões (débito, crédito, pré-pago) passarem para a segunda posição em quantidade de pagamentos no país, embora mantenham crescimento.

As novas funções aumentam a atratividade do Pix para consumidores e empresas. Só neste ano, o BC já lançou o Pix por aproximação, que permite que as transferências aconteçam sem a necessidade de entrar no aplicativo do banco, e o Pix automático, que é similar ao débito automático e permite o pagamento recorrente a empresas, algo que deve beneficiar serviços de streaming, academias, escolas, entre outros.

A próxima novidade é o Pix parcelado. O crédito via Pix já é oferecido por alguns bancos, mas o BC deve padronizar as regras e a experiência do usuário no processo do parcelamento. A nova função pode afetar ainda mais o uso pelos brasileiros de cartões, cujas principais bandeiras são americanas, como Visa e Master.

As novidades do Pix são uma das prioridades da agenda regulatória do BC. O regulador do sistema financeiro também prevê para o segundo semestre deste ano a cobrança híbrida, que vai inserir no regulamento do Pix a possibilidade de pagamento, por meio do QR Code do Pix, de uma cobrança via boleto.

Outra função

Outra função em desenvolvimento é a possibilidade de usar o fluxo de recebíveis do Pix como garantia em empréstimos para micro e pequenas empresas, agenda do interesse também do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o lançamento deve ficar para 2026. Ainda há estudos para possibilitar transferências via Pix em ambiente offline.

Dentro do órgão, a avaliação é de que o Pix é uma ferramenta fundamental para aumentar o acesso da população ao sistema financeiro e diminuir a concentração bancária. Para os técnicos do BC, os bancos e os arranjos de pagamento também se beneficiam do avanço da bancarização no Brasil. Empresas de tecnologia também se aproveitam dos novos modelos de negócios possibilitados pelo Pix.