O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sabe que o Centrão não apoiará sua candidatura a novo mandato, em 2026, mas trabalha com um cenário no qual pretende conquistar “frações” de partidos. Lula quer que o vice da chapa seja novamente Geraldo Alckmin (PSB), a não ser que tenha de ceder a vaga para uma composição política de última hora.
As alianças para 2026 e os principais palanques estaduais foram discutidos nesta quarta-feira, 23, em almoço oferecido por Lula ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), com a presença do próprio Alckmin e dos ministros Márcio França (Empreendedorismo) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), no Palácio da Alvorada.
Dono de estilo discreto, Alckmin ganhou protagonismo, nos últimos dias, ao coordenar o comitê interministerial que busca alternativas para diminuir o impacto do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A sobretaxa deve entrar em vigor em 1.º de agosto.
Desde 2023, Lula se aproximou muito do vice, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. De antigo adversário quando integrava as fileiras do PSDB e era chamado de “picolé de chuchu”, Alckmin é hoje considerado pelo presidente como o vice dos sonhos e um político leal.
Na conversa com João Campos, que também é presidente do PSB, Lula tratou, ainda, das eleições para os governos de São Paulo e Pernambuco, além de Maranhão e Paraíba, onde há divergências entre os aliados. Campos planeja concorrer ao governo de Pernambuco e terá o apoio do PT nessa empreitada.
Uma ala do governo avalia que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), será candidato à reeleição em São Paulo – onde tem grande chance de ser reconduzido ao cargo, de acordo com pesquisas –, e não correrá o risco de enfrentar Lula.
Qualquer definição sobre o futuro de Tarcísio, porém, passará pelo crivo de Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) na ação sobre a trama golpista.