A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal vão ampliar, neste segundo semestre, as investigações sobre desvios de recursos públicos ligados às emendas parlamentares.
O foco inclui inquéritos que passam por vários estados, com destaque para o Ceará, onde há indícios de fraudes no repasse e na aplicação de verbas oriundas do orçamento da União.
A ordem é clara: aprofundar o cerco contra irregularidades e reforçar o combate à corrupção no uso de recursos destinados a ações parlamentares. O movimento investigativo ganha força com o envolvimento de outras instituições.
RASTREAMENTO EM NOVA FASE
A agenda das investigações tem, nesta terça-feira, 5, uma reunião técnica no Supremo Tribunal Federal (STF) com representantes da CGU, do Tribunal de Contas da União (TCU), do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste.
O encontro, como antecipa uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, tem como objetivo discutir formas de rastrear os caminhos das emendas por meio das contas bancárias de prefeituras, empresas e organizações contratadas com recursos públicos. A reportagem cita as últimas operações da PF e o cenário de novas investigações.
PAPEL DO STF
O STF tem papel central nesse novo capítulo. Desde novembro de 2021, quando a ministra Rosa Weber — hoje aposentada — suspendeu a execução do chamado orçamento secreto, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Corte tem endurecido o controle sobre a destinação e execução das emendas.
A decisão abriu caminho para a transparência e o controle social sobre o orçamento público. As investigações em curso prometem revelar esquemas que envolvem superfaturamento, empresas de fachada e destinação irregular de emendas, podendo alcançar parlamentares, gestores e operadores privados.
A ofensiva conjunta pode desencadear novas operações, denúncias e até cassações, em um ano pré-eleitoral sensível e cercado de disputas por espaço político.