O governador Elmano de Freitas (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), usaram as mesmas palavras para comentar a perspectiva de Ciro Gomes deixar o PDT e se filiar ao PSDB, com ppossibilidade de concorrer a governador do Ceará em 2026, contra o próprio Elmano, que deverá concorrer à reeleição.
"A decisão é dele (Ciro) e ele vai caber tomar decisão", disse Elmano sobre a provável mudança de partido. "Aprendi que na política adversário a gente não escolhe, a gente enfrenta", completou o governador, ao participar da entrega do Prêmio MEC da Educação Brasileira.
O comentário de Camilo foi praticamente idêntico: "Eu sempre digo que adversário ninguém escolhe".
Na semana passada, Ciro acertou afiliação ao PSDB, segundo confirma a direção do partido no Ceará. Existe intenção de que ele concorra a governador.
Questionado pelo O POVO se, na campanha de reeleição, acha melhor ter como adversário Ciro ou um bolsonarista, Elmano respondeu: "É melhor eu me preocupar em trabalhar ainda mais, fazer as entregas que eu me comprometi com o povo cearense de entregar, de garantir as escolas de tempo integral, garantir os hospitais, melhorar a segurança pública, continuar investindo muito e atuar na segurança pública, para quando chegar na época da eleição a gente poder comparar o que o nosso projeto realiza no Estado do Ceará há algum tempo com aqueles que forem disputar conosco".
O governador sinaliza que, qualquer que seja o adversário, a estratégia será apostar nessa comparação. "Quem vai disputar conosco já governou em algum ambiente. Governou ou a prefeitura ou governou o Brasil, já governou o Ceará. Aí nós vamos ter condições de comparar o que fizemos com o que foi feito quando governaram. E eu penso que aí o nosso povo é poder tomar decisão com maior profundidade, com maior segurança, quem de fato entrega mais e faz mais pelo povo cearense".
O ministro Camilo Santana falou sobre o assunto ao O POVO no mesmo evento. Ao fazer o primeiro comentário, quase idêntico ao do governador, a reportagem brincou que ele "treinou com Elmano". Ao que ele retrucou, aos risos: "Ele treinou comigo".
Ele defendeu a necessidade de debate com os aliados. "Adversário ninguém escolhe. A gente tem uma ampla aliança hoje. Vamos sentar, vamos discutir, vamos apresentar, mostrar".
O ministro da Educação destacou o caráter plebiscitário de uma campanha de reeleição. "A eleição é mostrar. E principalmente uma reeleição de um governador é um plebiscito. Mostrar o que ele está fazendo e a população aprovar ou não. Não é um candidato desconhecido ou novo candidato. Ele vai mostrar o que está sendo feito e a população vai avaliar se vai dar mais quatro anos para ele continuar o trabalho. Então é isso, nós vamos estamos trabalhando".
Ele reforçou: "Eu acho que importante agora é trabalhar. O Elmano está trabalhando muito, tem melhorado muito a sua avaliação".
Camilo demonstrou confiança no que o governador tem a apresentar. "O Ceará tem melhorado, tem crescido acima de do Brasil em muitos aspectos economicamente. O Ceará que tem gerado emprego, tem melhorado os resultados da educação. Agora vamos ter um grande investimento do data center, talvez seja o maior investimento privado do Brasil, da história do Ceará. Temos uma possibilidade de um polo automobilístico em breve para ser iniciado. Claro que tem desafios enormes, mas eu acho que o Elmano tem trabalhado muito. Eu sempre digo que não para, não para, não para, não para", brincou em relação ao slogan da administração estadual.
Questionado sobre a possibilidade de o secretário da Casa Civil do Estado, Chagas Vieira, concorrer a senador, Camilo fez elogios, mas fez menção ao grande número de interessados nas duas vagas disponíveis.
"O Chagas é um nome extraordinário como pessoa, como gestor, como a visão de Estado, visão de mundo", disse. Em seguida, ele poderou. "Essa questão de eleição, nós vamos discutir no próximo ano. Aí daqui a pouco vamos ter de criar mais vaga pro Senado" (risos).
O ministro defendeu a decisão em conjunto com os aliados. "Vamos ter que sentar com todos os aliados e definir. Porque eu sempre digo que não é projeto individual de ninguém. Vamos ver quem serão os melhores para poder representar. E ouvir a todos".