
Um relatório do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Ceará obtido pela TV Verdes Mares revela uma prática criminosa em expansão no estado: a expulsão de famílias de suas residências por ordens de facções. De janeiro de 2024 a setembro de 2025, a Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) registrou 219 casos de "deslocamento forçado" de moradores em todo o Ceará, como a pasta se refere às expulsões.
De acordo com o documento, as famílias são ameaçadas e, em muitos casos, obrigadas a deixar suas casas de um dia para o outro. A polícia relata que as vítimas saem "só com a roupa do corpo", sendo forçadas a abandonar todos os seus pertences e documentos.
Em Morada Nova e em Pacatuba, vilarejos se tornaram territórios abandonados após os criminosos ameaçarem os moradores, que foram forçados a deixar as casas. A capital do estado, Fortaleza, é a cidade com a maior concentração de ocorrências no estado, somando 143 registros do total. Na região metropolitana, aparecem em seguida os seguintes municípios:
O problema ocorre também no interior do estado, do sertão central ao litoral oeste. Foram registrados casos em Sobral (7), Pacatuba (2), Quixadá (2) e Cascavel (1).
O relatório da Polícia Civil aponta que a principal motivação para as expulsões é a disputa por territórios entre facções rivais. Os grupos buscam ampliar o controle sobre o tráfico de drogas e outras atividades ilegais, como a extorsão e a cobrança de taxas de moradores e comerciantes.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou ter reforçado as operações de combate às facções, com integração entre Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério Público. A pasta diz que foi realizada a prisão em flagrante de um homem de 39 anos, suspeito de integrar um grupo criminoso e de participar da expulsão de moradores de um residencial no bairro José Walter, em Fortaleza.